“Ciao Mama!”, exclamou Jelena Jankovic para a câmera de televisão ao sair do court central, logo depois de ter obrigado Petra Kvitova a despedir-se de Wimbledon onde defendia o título. A veterana sérvia, já na sua 12.ª participação, chegou a competir em Wimbledon em juniores e conquistou o título de pares mistos, em 2007, com o irmão de Andy Murray, Jamie, mas a sua melhor lembrança datava de 2005, quando derrotou a campeã em título, Venus Williams. Neste sábado, repetiu o feito.

“Estou esmagada, tão excitada; o meu coração ainda está aos saltos”, revelou Jankovic, após vencer, por 3-6, 7-5 e 6-4, a número dois do ranking – a sua maior vitória em torneios do Grand Slam. “Jogar em relva é muito difícil para mim, não é uma coisa natural. Mas jogar no court central contra a campeã em título é inacreditável. Vencer Kvitova dá-me muita confiança para o resto do torneio”, explicou a ex-líder do ranking, actual 30.ª na tabela WTA.

Kvitova teve um set de vantagem e dois pontos para 4-1 no segundo, mas a irregularidade permitiu a recuperação e o começar a acreditar de Jankovic que acabou por prevalecer ao fim de duas horas. Para a checa, esta é mais uma demonstração da sua irregularidade nos torneios do Grand Slam, como mostram os resultados nos oito últimos majors: 3.ª ronda, 1.ª, 3.ª, campeã em Wimbledon, 3.ª, 3.ª, oitavos-de-final e 3.ª. Nos oitavos-de-final, Jankovic vai defrontar pela oitava vez Agnieszka Radwanska (5-2 para a polaca).

Garbine Muguruza (20.ª) também afastou uma "top-10", Angelique Kerber (10.ª), semifinalista em 2012 e quarto-finalista no ano passado. A espanhola impôs-se em três sets, 7-6 (14/12), 1-6 e 6-2, para marcar encontro com uma "top-5", Caroline Wozniacki (5.ª).

Timea Bacsinszky (15.ª) continua a sua boa época e depois de ter sido semifinalista em Roland Garros estreia-se nos "oitavos" de Wimbledon, com uma vitória, por 6-3, 6-2, sobre a alemã Sabine Lisicki (18.ª), finalista em 2013.

Depois do Middle Sunday, sem competição como reza a tradição, as expectativas centram-se na jornada de segunda-feira, já chamado de Maniac Monday, devido à realização de todos os encontros dos oitavos-de-final, femininos e masculinos, incluindo o 26.º duelo entre as irmãs Williams.

No torneio masculino, Roger Federer e Andy Murray cederam pela primeira vez um set na prova. Durante as duas horas e 15 minutos do duelo com Sam Groth (68.º), Federer nunca enfrentou qualquer break-point, perdeu em média um ponto por jogo de serviço e assinou 56 winners (incluindo 17 ases), cometendo somente oito erros não forçados para eliminar o australiano, por 6-4, 6-4, 6-7 (5/7) e 6-2. Na 12.ª presença nos "oitavos" de Wimbledon, Federer vai defrontar o espanhol Roberto Bautista Agut (22.º).

Murray teve de recorrer ao fisioterapeuta para resolver um problema no ombro direito e quebrar o ascendente de Andreas Seppi (27.º), que tinha acabado de ganhar o jogo inaugural do quarto set. Mas o britânico reapareceu transfigurado, venceu seis jogos consecutivos, para ganhar, por 6-2, 6-2, 1-6 e 6-1.

Segue-se o “rei dos ases”, Ivo Karlovic (25.º), que, aos 36 anos e 134 dias é o mais velho jogador nos "oitavos" de Wimbledon desde Nick Pilic, em 1976 – num Grand Slam, desde Jimmy Connors, em 1991. Neste sábado, o croata juntou mais 41 ases na vitória sobre Jo-Wilfred Tsonga (12.º), que ganhou os dois break-points que enfrentou, mas cedeu nos tie-breaks: 7-6 (7/3), 4-6, 7-6 (7/2) e 7-6 (7/9).

Marin Cilic (9.º) necessitou de apenas 15 minutos para desfazer o 10-10 com que o duelo com John Isner (17.º) tinha sido interrompido na véspera e acabar por vencer, por 7-6 (7/4), 6-7 (7/6), 6-4, 6-7 (4/7) e 12-10.

No torneio júnior, Nuno Borges (49.º) levou duas horas e 15 minutos para vencer o britânico Ryan James Storrie (133.º), por 1-6, 6-3 e 9-7, depois de desperdiçar dois match-points a 5-4. Já Filipe Cunha e Silva (41.º) cedeu, por um duplo 6-2, ao húngaro Mate Valkusz (16.º).