Gourcuff, o “petit” Zidane, está no desemprego

Médio de 29 anos chegou a ser apontado como o sucessor do antigo jogador do Real Madrid.

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Gourgouff chegou a ser apontado como o sucessor de Zidane FRANCK FIFE/AFP

A opinião era quase unânime. Yoann Gourcuff estava talhado para ser o sucessor de Zinedine Zidane na selecção francesa. O estilo de jogo era idêntico: no toque de bola, na recepção, no passe, no remate, na visão de jogo e na elegância. Até no trajecto havia parecenças. “Zizou” também começou a ter destaque num clube francês, o Bordéus, e foi contratado por um emblema italiano, a Juventus. A magia do seu futebol começava a tornar-se demasiado pequena para o Rennes, clube que o projectou sob as ordens do romeno Lazslo Boloni, campeão no Sporting e que lançou nomes como Cristiano Ronaldo, Ricardo Quaresma e Hugo Viana.

Tanto brilhou na Ligue 1 que, no Verão de 2006, o Milan não pensou duas vezes e decidiu contratá-lo. Tinha 20 anos e um futuro risonho à espera dele. Só que as expectativas eram tantas que Gourcuff não aguentou e sucumbiu à pressão. Não conseguiu agarrar um lugar no "onze" de Carlo Ancelotti, então treinador do Milan. A estadia no calcio foi ainda marcada por uma série de lesões.

Em duas épocas em Itália, foi utilizado em 54 jogos e marcou apenas três golos. Pecúlio insuficiente para satisfazer a exigente massa adepta dos rossoneri. Mesmo assim e jogando pouco, fez parte da equipa que conquistou a Liga dos Campeões em 2006-07.

O internacional francês acabou por não ficar muito tempo no norte de Itália e foi emprestado ao Bordéus. De regresso a casa, Gourcuff recuperou a aura e a alcunha de “petit”, tendo sido figura de proa na conquista do título de campeão francês do clube que lançou Zidane para a alta-roda do futebol mundial.

Na segunda temporada, o Milan vendeu o seu passe ao Bordéus. Apesar da queda de produção da equipa, o médio continuou a espalhar magia até ao ponto de ter sido contratado pelo Lyon por 22 milhões de euros, um recorde de transferências entre clubes franceses. Novamente em grande, o filho de Christian Gourcuff, antigo futebolista e actual treinador do Lorient, voltou a falhar.

Desde Agosto de 2010, o jogador fez 90 das 187 partidas oficiais em que o Olympique entrou em acção em cinco épocas - em apenas 23 ocasiões efectuou os 90 minutos - e apontou 14 golos, tendo feito ainda 19 assistências. As lesões não o largavam, partiu, por exemplo, um pulso quando cumprimentava o colega de equipa – Alexandre Lacazette – e torceu um tornozelo enquanto passeava o seu cão.

Foram tantos os contratempos, que a direcção de Jean-Michel Aulas decidiu não prorrogar o vínculo com o médio. Um alívio para os cofres do Lyon, já que Gourcuff era o jogador mais bem pago do campeonato gaulês - recebia qualquer coisa como 366 mil euros por mês, auferindo mais do que craques como Ibrahimovic, Cavani ou David Luiz.

Resignado, o líder do clube de Anthony Lopes revela que não tinha alternativa. “Infelizmente tivemos de deixar sair Yoann. Fizemos de tudo para que ele tivesse sucesso no Lyon mas não conseguimos”, comentou o dirigente, citado pelo The Guardian.

Durante o período em que actuou no Lyon, o jogador teve cerca de vinte lesões, a maior parte delas musculares.

Aos 29 anos, a carreira de Gourcuff entrou numa encruzilhada: no desemprego e com o prestígio para recuperar. Chegou a ser apontado a vários clubes, FC Porto, Watford e Arsenal, mas foram apenas especulações. O currículo do internacional francês, que fez 31 jogos e marcou quatro golos pelos bleus é vasto: uma Liga dos Campeões, uma Liga francesa, três Supertaças de França, uma Taça de França, uma Taça da Liga e o campeonato europeu de sub-19 pela França mas até agora não convenceu nenhum clube.

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