Gigantes do futebol europeu estudam alteração do formato da Liga dos Campeões

Está em curso um debate entre a associação que representa os principais clubes europeus e a UEFA sobre a reforma da Champions.

Foto
A Liga dos Campeões pode vir a sofrer mudanças no seu formato actual Dylan Martinez/AFP

Os maiores clubes europeus de futebol, desejosos de garantir uma entrada directa na Liga dos Campeões, estão a discutir com a UEFA uma revisão do formato da principal competição europeia de clubes.

A Associação Europeia de Clubes (ECA, sigla na versão inglesa) representa 220 emblemas, de 53 federações, incluindo todos os grandes clubes europeus, casos da Juventus, Real Madrid, Barcelona, Bayern Munique e Chelsea. De Portugal marcam presença Benfica, FC Porto, Sporting, Sporting de Braga e Marítimo.

O presidente da ECA, o alemão Karl-Heinz Rummenigge, já sugeriu que os principais clubes europeus devem ter entrada directa na lucrativa Liga dos Campeões, competição lançada pela UEFA na temporada de 1992-93 para substituir a Taça dos Clubes Campeões Europeus. E o vice-presidente daquela entidade, Umberto Gandini, confirmou-o numa conferência de imprensa realizada nesta terça-feira: "Estamos a começar as discussões em torno da revisão do formato da Liga dos Campeões e a debater com a UEFA que melhoramentos podem ser introduzidos para tornar a competição ainda mais atractiva.” "Esta é uma fase que vai durar entre seis a nove meses, no máximo”, acrescentou.

Neste momento, todos os clubes têm de se qualificar para a Liga dos Campeões por via da sua classificação na temporada anterior nos respectivos campeonatos nacionais. Mas as coisas podem vir a mudar. O antigo avançado germânico Rummenigge, que para além de presidente da ECA é, igualmente, director executivo do Bayern Munique, disse a um jornal alemão no mês passado que a criação de uma Liga Europeia era uma possibilidade. “Não excluo que, no futuro, uma Liga Europeia seja criada, na qual os maiores clubes de Itália, Alemanha, Inglaterra, Espanha e França jogarão”, disse.

No entanto, o presidente do Olympique Lyonnais, Jean-Michel Aulas, considera que, nesta fase, isso é dar um passo muito grande. “É prematuro equacionarmos a hipótese de uma ‘Super Liga’”, declarou na terça-feira.

Propostas a defender a criação de uma apelidada Super Liga Europeia, reunindo os principais clubes europeus, têm sido recorrentes ao longo dos anos. Em 1998, a empresa de marketing desportivo Media Partners teve conversações com alguns clubes de topo, incluindo o AC Milan e o Manchester United, no sentido de reunir apoios para pôr de pé um campeonato alternativo. Na altura, a FIFA ameaçou as federações nacionais, os clubes e os jogadores com eventuais suspensões caso eles aderissem a esta Super Liga. E a UEFA matou a ideia ao alargar a Liga dos Campeões, oferecendo aos clubes uma maior fatia das receitas geradas com os direitos de transmissão televisiva e de sponsorização, para além de ter aumentado os prémios monetários distribuídos.

A fase de grupos da Liga dos Campeões passou de 24 para 32 equipas, enquanto a Taça dos Vencedores das Taças e a Taça UEFA se fundiram para dar lugar à Liga Europa. Estas duas competições europeias passaram a ter ciclos de vida de três anos e quaisquer alterações estruturais só poderiam ocorrer no final de cada ciclo.

O actual ciclo terminará no final da época de 2017-18. “Estamos a seguir o caminho habitual, a cada três anos analisamos, juntamente com a UEFA, aqui na ECA, o desempenho da competição, possíveis rectificações, mudanças, e é nessa fase que estamos exactamente”, afirmou Gandini. A ECA, que substituiu o G-14 em 2008, defende os interesses dos seus membros no âmbito do futebol europeu e pretende ter uma voz activa nos processos de decisão que decorrem nos órgãos dirigentes do continente europeu.

 

Sugerir correcção
Comentar