À terceira tentativa, Richard Gasquet foi feliz em Portugal

Tenista francês triunfou no Estoril Open, ao bater o jovem australiano Nick Kyrgios na final em dois sets.

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Gasquet venceu o Estoril Open Francisco Leong/AFP

Entre o veterano e o estreante, ganhou o veterano. Richard Gasquet, 28 anos, conquistou neste domingo a primeira edição do novo Estoril Open, ele que fora finalista vencido por duas vezes na antiga versão do torneio, ao bater na final o jovem australiano de 20 anos Nick Kyrgios em dois sets, com os parciais de 6-3 e 6-2, em 1h04m.

Este está a ser um regresso em grande à competição de Gasquet (28.º do ranking), depois de uma lesão que o afastou dos courts durante mês e meio, mas a sua experiência e concentração absoluta chegaram para fazer frente a um irreverente, mas, por vezes, desconcentrado, Kyrgios (46.º), que enfrentava no Clube de Ténis do Estoril a sua primeira final do circuito ATP.

Na verdade, Gasquet e Kyrgios não podiam ser mais diferentes. Mesmo nos momentos de celebração, o francês é um jogador de cara fechada, sempre com o modo competição ligado e é difícil vê-lo a sorrir. Já o australiano, numa mistura de juventude e personalidade, é expansivo, fala com o público, fala consigo próprio em voz alta, fala muito com os árbitros, dá pontapés nas bolas de ténis e atira a raquete ao ar várias vezes. Gasquet já anda nisto há mais tempo e sabe controlar-se na perfeição. Kyrgios é quase um novato e ainda não ergueu barreiras.

Foi um jogo com pouca história e sem chuva, ao contrário do que dizia a meteorologia. Gasquet dominou com relativa facilidade, assegurando os seus jogos de serviço e quebrando o de Kyrgios ao sexto jogo. Depois, foi só gestão até fechar o primeiro set em 6-3, com apenas 25 minutos decorridos. O australiano não se reencontrou no segundo set, que começou logo com um break ao seu serviço. Pontapé na bola, raquete ao ar e uma violação mostravam bem o estado de espírito do australiano.

O francês continuava impassível, a confiar no seu jogo, não permitindo que Kyrgios marcasse pontos com o seu forte serviço e a fazê-lo correr. Com mais um break ao serviço do australiano e mais um jogo de serviço garantido, Gasquet chegou aos 4-0 e já não olhou para trás. Kyrgios garantiu os seus dois jogos de serviço e o francês fechou o segundo set em 6-2 para a sua primeira vitória em solo português à terceira tentativa – em 2007 perdera com Novak Djokovic e em 2012 fora derrotado por Juan Martin del Potro.

Este foi o segundo triunfo do ano para o antigo n.º 7 do mundo, depois da conquista em Montpellier, em Fevereiro passado. Uma lesão em Indian Wells forçou uma paragem de seis semanas, tendo regressado à competição no Estoril e o francês já tinha dito durante o torneio que não estava à espera de ganhar. “Não estava a mentir. Estou surpreendido por ter ganho. Não sentir dores foi magnífico”, admitiu o francês desde o ano passado treinado pelo antigo campeão de Roland Garros Sergi Bruguera. “Jogando em terra batida tenho mais hipóteses. Ele é bom e é grande. Sabia que tinha de o fazer correr e responder bem ao serviço. Não cometi erros. Espero regressar em breve ao 'top-10'. Em Roland Garros acho que tenho boas hipóteses”, acrescentou.

O Estoril foi um quebrar de barreiras para Nick Kyrgios, que disputou neste domingo a sua primeira final. Tal era a falta de hábito que o australiano já ia a abandonar o court central antes da entrega dos prémios e teve de voltar atrás. Face à frieza dos números, Kyrgios admitiu que nada podia fazer frente ao mais experiente Gasquet: “Ele foi demasiado bom para mim. Não entrei nervoso. Havia alguma pressão, mas acho que me diverti”, admitiu o australiano, que manifestou vontade de voltar a Portugal: “Quero voltar. Diverti-me muito esta semana. A multidão foi fantástica e a comida é óptima.”

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