Têm sido assim as cinco últimas jornadas da Liga portuguesa. O Sporting joga primeiro, vence e aproxima-se do primeiro lugar, o Benfica joga depois, também vence e repõe as diferenças. A jornada 28 não vai fugir a esta regra. Os “leões” vão hoje ao Restelo defrontar o Belenenses e, com uma vitória, garantem o segundo lugar e consequente apuramento directo para a fase de grupos da Liga dos Campeões, para além de forçar o Benfica a vencer no dia seguinte o Olhanense se quiser conquistar, já nesta ronda, o seu 33.º título de campeão português. Qualquer outro resultado que não seja hoje uma vitória “leonina” no Restelo permitirá automaticamente os festejos “encarnados”.

Sem nunca ter assumido uma candidatura ao título, apesar de ter estado várias jornadas na frente, o Sporting está, assim, à beira de cumprir o seu objectivo declarado em 2013-14, o regresso às competições europeias pela porta da Champions, depois de uma época ausente (pela segunda vez na sua história), relegando o FC Porto para terceiro (que ainda não está garantido) e para a incerteza do play-off.

“Tivemos uma época crescente em relação à qualidade e aos objectivos concretizados. Numa fase inicial, tínhamos objectivos menos ambiciosos e depois colocámos o patamar na Liga dos Campeões”, disse ontem Leonardo Jardim, que vai estar pela primeira vez no Restelo como treinador — este será, também um regresso do Sporting àquele estádio, onde já não ia desde 2009-10; nesse jogo Liedson marcou os quatro golos no triunfo por 4-0, numa época em que a formação do Restelo iria cair na II Divisão.

Jardim terá uma alteração forçada para fazer devido à ausência por castigo de Cédric Soares, devendo apostar em Ricardo Esgaio para o lugar de lateral-direito, sendo que o técnico madeirense também chamou para a partida o paraguaio Piris e o brasileiro Welder. Este jogo poderá também marcar a estreia de Shikabala pela equipa principal de Sporting. O egípcio está entre os convocados, situação que não é inédita, e poderá cumprir alguns minutos, depois de já ter alinhado por várias vezes na equipa B.

Neste regresso ao primeiro escalão, o Belenenses tem andado no fundo da classificação, com uma época muito atribulada em termos de liderança técnica. Primeiro, Mitchell van der Gaag, o treinador responsável pela promoção, saiu devido a problemas de saúde e o seu substituto, Marco Paulo, não conseguiu elevar a equipa na tabela. Com Lito Vidigal no banco, o Belenenses conseguiu duas vitórias e um empate em quatro jogos, e já respira melhor (14.ª), mas ainda não está tranquilo — tem apenas um ponto de vantagem sobre o Paços de Ferreira e três sobre o Olhanense.