Gael Monfils, Monsieur cinco sets

Francês alcançou a nona vitória no derradeiro parcial em Roland Garros. João Sousa foi eliminado ?na variante de pares.

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Jason Cairnduff/Reuters

Antes de deixar o court Philippe Chatrier, Gael Monfils desenhou um smile no pó de tijolo, em jeito de apoio à nova plataforma de solidariedade meltingood.com. Quem não percebeu a intenção do tenista francês deverá ter pensado que estava contente por ter vencido mais um encontro em Roland Garros. Mas não um encontro qualquer: foi a 12.ª vez que Monfils disputou cinco sets na terra batida de Paris, igualando Marat Safin e Yannick Noah como recordistas na Era Open (desde 1968). E a nona vez em que saiu vitorioso.

“Francamente, dispensava. Perco mais de energia mental do que física, é um pouco irritante”, confessou Monfils (14.º ATP) no seu estilo descontraído, após eliminar o argentino Diego Schwartzman (62.º), por 4-6, 6-4, 4-6, 6-2 e 6-3. “Já o tinha visto em Istambul e fez um superencontro contra Federer [o suíço venceu 7-5 no terceiro set]. Foi preciso um set e meio antes de ele me dar uma pequena abertura. Não foi fácil”, reconheceu o francês, que serviu muito bem (77% de primeiros serviços), em especial no derradeiro set, e beneficiou do entusiástico apoio do público compatriota para fazer a diferença ao fim de 2h48m.

Mas, fisicamente, Monfils já conta com quase cinco horas e meia de ténis nas pernas (fora os três sets de pares, na terça-feira), o que, para quem não competia desde o início de Maio, para recuperar uma lesão na anca, pode pesar já na próxima ronda, em que defronta o experiente uruguaio Pablo Cuevas (23.º). “Banho de gelo, massagem. Não se preocupem, vou estar pronto”, assegurou ao público.

Nesta quarta-feira, foi um excelente dia para o ténis francês, pois, além de Monfils, também Gilles Simon, Nicolas Mahut, Benoît Paire, Jo-Wilfried Tsonga e Alizé Cornet passaram à terceira ronda.

Entre os favoritos, Roger Federer (2.º) ultrapassou o espanhol Marcel Granollers (57.º), por 6-2, 7-6 (7/1), 6-3, num encontro em que soube elevar o nível do jogo quando mais precisou: no tie-break e no terceiro set, quando teve de recuperar de 0-2, para 5-2. E até teve oportunidade de fazer um lob de esquerda a duas mãos.

Tomas Berdych (4.º) bateu, por 6-3, 6-7, 6-3 e 6-3, o amigo Radek Stepanek, de 38 anos, ao lado de quem conquistou a Taça Davis, em 2012 e 2013. E Kei Nishikori (5.º) venceu o brasileiro Thomaz Bellucci (40.º) em três sets: 7-5, 6-4 e 6-4.

Bellucci não teve melhor sorte nos pares, onde jogou ao lado de João Sousa, tendo cedido aos cabeças de série n.º 11, Jamie Murray e John Peers, por 6-7 (6/8), 6-4 e 6-2. Na quinta-feira, Sousa defronta o irmão de Jamie, Andy, no terceiro encontro do court Philippe Chatrier (cerca das 14 horas em Portugal).

No torneio feminino, Maria Sharapova (2.ª) venceu, por 6-3, 6-1, o duelo russo com Vitalia Diatchenko (91.ª), que cometeu 26 erros não-forçados, contra apenas oito da compatriota. Sharapova, campeã em 2012 e 2014, vai agora defrontar Samantha Stosur, finalista em 2010, mas a sua metade do quadro ficou mais aberta com a eliminação de Simona Halep (3.ª).

A romena, finalista no ano passado, cedeu à croata de 33 anos, Mirjana Lucic-Baroni (70.ª), por 7-5, 6-1. “Não foi a pressão, apenas um dia não. Já estive na situação de defender os meus pontos e isso não é um problema”, explicou Halep.

Lucic estreou-se em Roland Garros há 17 anos, quando era uma jovem prodígio, chegando ao 37.º lugar, mas não ganhava um encontro em Paris desde 2002, antes de problemas pessoais a terem afastado da competição durante sete anos.

Contemporânea de Lucic — venceram o Open da Austrália, em 1998 —, a suíça Martina Hingis, de 34 anos, obteve a primeira vitória em Roland Garros desde 2000, num encontro de pares.

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