A Federação Portuguesa de Golfe celebrou um protocolo com a Associação das Aldeias de Crianças SOS de Portugal, estabelecendo esta instituição como “parceiro solidário” na sua atividade geral em 2015. É um testemunho inédito por ser a primeira vez que a AAC SOS Portugal firma um acordo com uma federação desportiva nacional.

 “A FPG, através das suas ações, permite à AAC SOS dar a conhecer a sua missão ao público em geral, angariar fundos e doadores particulares regulares”, pode ler-se no documento assinado por Manuel Agrellos, presidente da FPG, e Filipe Carnall, presidente do Conselho Diretivo da AAC SOS Portugal.

O protocolo disponibiliza “as instalações do Centro Nacional de Formação do Jamor para a realização de uma clínica de um dia com os meninos das AAC SOS”, convida os mesmos para os três ‘Open Day’ que irão realizar-se este ano e prevê a avaliação, por parte da FPG, «da possibilidade de realização de um torneio solidário”.

Dirigentes da AAC SOS Portugal estiveram há duas semanas em Santo Estêvão para seguir de perto o Campeonato Nacional Absoluto Peugeot mas a primeira grande ação conjunta terá lugar no campo público do Jamor, no próximo dia 16 de maio, quando as crianças à guarda desta instituição gozarão de uma primeira experiência junto a muitas centenas de outros jovens que afluirão ao “Open Day” de Lisboa.

“Nós promovemos atividades das nossas crianças fora das aldeias para fomentar a socialização”, disse Manuel Matias, diretor de marketing das AAC SOS Portugal.

“Para nós é importante estabelecer esta parceria porque fizemos no ano passado 50 anos e estamos sempre a renovar e inovar. O desporto, para além de ajudar a divulgar a nossa causa e a nossa obra, ajuda-nos a educar os jovens e as crianças. Educar não é só a escola. E o desporto, pela exigência do treino, pelas regras, pode ser uma ajuda muito importante na educação dos jovens e crianças. Ainda mais num desporto saudável como o golfe, por toda a envolvência de prática ao ar livre, com tranquilidade, paz de espírito, o equilíbrio, a concentração, a perícia”, acrescentou Filipe Carnall, presidente do Conselho Diretivo.

“Uma das funções do desporto é ser solidário e a FPG tem imenso interesse em apoiar instituições de solidariedade social”, comentou, por seu lado, Manuel Agrellos. “É a nossa função social. No caso da AAC SOS, que lida com gente nova, é ainda mais importante. A Associação das Aldeias de Crianças SOS de Portugal é muito bem-vinda ao golfe em todos os aspetos, incluindo na promoção da atividade desportiva através da juventude. Estas ações solidárias ajudam-nos também a divulgar um desporto que sempre teve a errada alcunha de elitista. A AAC SOS vai ajudar-nos a desmistificar este desporto, que é realmente para todos e quem sabe se qualquer dia teremos a sair de uma Aldeia SOS o próximo Ricardo Santos? Afinal, o desporto é uma das grandes enxadas da vida na atualidade.” 

O presidente da FPG explicou ainda a razão do protocolo ter sido assinado numa altura em que o Centro Nacional de Formação de Golfe do Jamor já se apresenta como um projeto consolidado, com pouco mais de um ano de atividade: «Ainda não tínhamos optado por iniciativas deste género porque não tínhamos um campo de golfe. Esta é exatamente uma das funções de um campo público gerido por uma federação. Agora temos possibilidade de fazê-lo, no seguimento de muitas acções de solidariedade social que têm sido levadas a cabo ao longo dos anos em campos privados. É uma forma de demonstração de integração do campo na comunidade. Um campo de golfe público não é só para golfistas, é um campo integrado numa comunidade para servi-la em diversas valências. Não é só para treinos de alta competição, também serve para desenvolver um desporto como seja acolher os jovens de uma Aldeia SOS e dar-lhes algumas alegrias através da prática desportiva. Estou seguro que este contacto com a AAC SOS poderá ser um princípio e que muitos campos privados que têm sido solidários noutras iniciativas serão também sensíveis a esta causa.”

A Associação de Aldeias de Crianças SOS Portugal conta com três aldeias em Bicesse, Gulpilhares e Guarda e um Centro Juvenil em Rio Maior.

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