FIFA recusa compensar clubes por mudar data do Mundial 2022

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Jêrome Valcke KARIM JAAFAR/AFP

“Não haverá qualquer compensação financeira. Têm sete anos para se organizarem”. Foi desta forma que o secretário-geral da FIFA, Jêrome Valcke, respondeu nesta quinta-feira a uma pergunta sobre se o organismo que gere o futebol mundial vai compensar os clubes se se confirmar a mudança de data do Mundial de 2022 para os meses de Novembro e Dezembro.

Os Mundiais de futebol realizam-se habitualmente nos meses de Junho e Julho, no final das épocas desportivas, quando as competições de clubes na Europa estão terminadas.

No caso do Mundial de 2022, um grupo de trabalho da FIFA propõe que a prova se realize entre 26 de Novembro e 23 de Dezembro, para evitar as elevadas temperaturas do Qatar no Verão.

Esta recomendação, que foi criticada pelas Liga europeias, vai ser votada em Março pelo comité executivo da FIFA.

Pouco depois de o grupo de trabalho da FIFA ter anunciado na terça-feira, também em Doha, que o Mundial 2022 deveria realizar-se mesmo antes do Natal, o presidente da Associação Europeia de clubes (ECA) veio exigir contrapartidas financeiras para a reprogramação do calendário.

 


“Todos os calendários europeus deverão 'acomodar' na época o Mundial, o que implica uma vontade de compromisso de cada parte, razão pela qual não têm que ser os clubes europeus a suportar o peso financeiro”, disse o alemão Karl-Heinz Rummenigge, também presidente do Bayern de Munique.
 

A resposta de Valcke não tardou. Os clubes têm de aceitar a eventual mudança de datas, “mesmo que não seja perfeita”, disse o secretário-geral da FIFA: "Vai acontecer uma vez e não estamos a fazer nada que prejudique o futebol", argumentou.

Os clubes recebem compensações pela cedência de jogadores às selecções. No Mundial 2014, o valor foi de cerca de 2000 euros por jogador por dia. A contrapartida que os clubes agora exigiam era uma verba-extra, pelo facto de o Mundial estar a ser agendado para o meio da época.

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