Federer não esteve ao nível de Monfils nem de Wawrinka

O tenista mais cotado desta final da Taça Davis apresentou-se longe do seu melhor e a França manteve a esperança de vencer.

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Gael Monfils feliz com o triunfo sobre Federer PHILIPPE HUGUEN/AFP

O país vencedor da 103.ª edição da Taça Davis só será conhecido no domingo. Esta é a única certeza após o primeiro dia da final França-Suíça, em que se assistiu a um novo recorde para um encontro oficial de ténis e nos 114 anos de história da competição: 27.432 espectadores encheram as bancadas do Stade Pierre-Mauroy, em Lille – a maior afluência (35.681) foi registada num encontro de exibição, entre Kim Clijsters e Serena Williams, em 2010. Nesta sexta-feira, também se viu um Roger Federer aquém do seu melhor, por causa da lesão nas costas e pela falta de rodagem na terra batida. Por seu lado, Gael Monfils esteve impecável e igualou o resultado (1-1), após Stan Wawrinka ter derrotado Jo-Wilfred Tsonga.

“Foi importante começar assim, para lhes mostrar que talvez estejam demasiados preocupados com o Roger. Não sou o número quatro por acaso”, lembrou Wawrinka, depois de vencer Tsonga (12.º ATP), por 6-1, 3-6, 6-3 e 6-2, em duas horas e meia. Um resultado que contrariou a tendência dos cinco duelos anteriores, todos eles decididos no set decisivo. Mas o suíço de 29 anos esteve mentalmente concentrado, realizando apenas um mau jogo de serviço – estava a vencer por 40-15, antes de consentir o 1-3 – o que lhe custou a segunda partida, e foi o mais forte nos momentos decisivos dos dois derradeiros sets.

“Foi bom para mim, joguei agressivo, mas penso que fui o mais forte no court. Em termos de nível de jogo, foi o meu melhor encontro na Taça Davis”, admitiu Wawrinka, autor de 61 winners (e 29 erros não forçados) na vitória que celebrou com o dedo a apontar à cabeça. O campeão do Open da Austrália domina melhor emoções do que há 12 meses, mas estava ansioso por ver o compatriota em acção. “Roger precisa de tempo de jogo”, avisou.

De facto, Federer apresentou-se longe do que mostrou na semana passada no Masters de Londres e nunca se sentiu confortável no court. Por outro lado, Monfils fez jus à sua reputação de showman e com uma actuação autoritária, venceu, por 6-1, 6-4 e 6-3, em menos de duas horas.

“Estava nervoso, mas num grande ambiente, num estádio destes, tinha que corresponder. Joguei bem, estava bem preparado, Sem dúvida, um dos três melhores encontros da minha vida”, afirmou o francês, que serviu em grande plano – perdeu somente quatro pontos no seu primeiro serviço – e só enfrentou dois break-points, no segundo set: a 1-3, Federer tentou reagir ao break cedido, mas Monfils, após duas duplas-faltas e quatro ases, confirmou a vantagem que lhe garantiu o set.

Federer voltou a não ter mais oportunidades de incomodar o serviço do adversário e, com 33.º erro não forçado, cedeu o 2-3 na terceira partida, que o conduziram à derrota. E, pela primeira vez desde 1999, quando se estreou na prova, Federer não ganhou um único set em eliminatórias da Taça Davis.

“Gael jogou bem, não foi como se eu não conseguisse jogar. Comecei a sentir-me melhor à medida que o encontro decorreu e isso é muito encorajante. O problema é que não joguei muito em terra batida”, frisou Federer, que já não ganhava tão poucos jogos em encontros à melhor de cinco sets desde a final dos Jogos Olímpicos de Londres (frente a Andy Murray, na relva de Wimbledon).

A exibição, traduzida em 29 erros não forçados e 25 winners, deixa dúvidas quanto à constituição do par suíço para hoje: irá Federer jogar ao lado de Wawrinka ou poupar-se para domingo?

“Se sentir que consigo jogar bom ténis, como aconteceu na parte final, vou estar disponível. Terminei o encontro sem dores mas agora espero mais de mim próprio”, afirmou Federer.

E qual a importância do par em eliminatórias da Taça Davis empatadas (1-1) ao fim do primeiro dia? A selecção que ganhou o encontro de pares venceu seis das últimas sete (desde 2003).

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