Federer e Wawrinka vencem e criticam organização de Roland Garros

Incidente com adepto em pleno court e artigo publicado no site oficial ?do torneio deixaram os suíços indignados.

Foto
Reuters

Só quando estava a sair do court Philippe Chatrier, depois de uma vitória confortável em três sets, é que Roger Federer sofreu um susto: um jovem apareceu junto dele e colocou o braço no seu ombro para tirar uma foto com o campeão suíço. Surpreendido, Federer até ia posar com o fã quando se apercebeu de que ele não devia estar ali. Rapidamente, mas não tanto quanto o desejado, os agentes de segurança surgiram e levaram o rapaz para fora do court.

Na conferência de imprensa que se seguiu à vitória sobre o colombiano Alejandro Falla (111.º), por 6-3, 6-3 e 6-4, as críticas de Federer foram contudentes, pois já na véspera, em Roland Garros, um fã também tinha furado a barreira de segurança, aproximando-se do carro onde o tenista estava. “Não estou contente com isto. Também aconteceu no treino — houve um que se aproximou de mim com cinco crianças e ninguém da segurança reagiu. E hoje, no court central, onde todos pensamos ser um lugar onde ninguém pode entrar, alguém apareceu. É a segunda vez que me acontece em dois dias e já me tinha acontecido em 2009, na final”, disse Federer, que recebeu desculpas pessoais do director do torneio, Gilbert Ysern.

Há seis anos, durante a única final de Roland Garros que o suíço venceu, frente a Robin Soderling, um fã entrou no court e desfraldou uma bandeira com a qual quis, sem sucesso, abraçar Federer. Também em 2013, na final entre Rafael Nadal e David Ferrer, um espectador entrou no court com um very-light e aproximou-se do mais cotado dos espanhóis, antes de ser travado. Obviamente que o incidente mais mediático e mais grave teve lugar em 1993, em Hamburgo, quando Monica Seles foi esfaqueada por um fã da rival Steffi Graf com problemas mentais.

“Claro que quando uma coisa destas acontece, é embaraçoso para Roland Garros. Demonstra que nós, enquanto organização, cometemos um erro e iremos ter de o corrigir, claro, para ter a certeza que não volta a acontecer”, afirmou Ysern.
“Os seguranças que estavam no court não fizeram, claramente, o trabalho como deviam, para não dizer mais. Todos sabemos que no ténis, como noutros desportos, a actual forma de lidar consiste em ter o público perto dos jogadores, à procura de autógrafos, assinaturas e fotos. Penso que foi aí que houve um erro de julgamento”, explicou Ysern, que garantiu que o adepto ficou proibido de voltar a Roland Garros até ao final do torneio.

As críticas à organização continuaram através de outro suíço, Stan Wawrinka, desta vez por causa de um artigo “completamente estúpido” sobre a sua vida privada e publicado no site oficial do torneio. “Disse à organização que não estava nada contente. Espero que quem escreveu o artigo não seja jornalista e também espero que quem é suposto verificar todos os artigos não trabalhe mais no torneio”, disse Wawrinka (9.º), recentemente separado da mulher, Ilham. Curiosamente, foi frente a Ilhan (82.º), Marcel de primeiro nome, da Tunísia, que o suíço se estreou a vencer em Paris: 6-3, 6-2 e 6-3.
Igualmente em três sets, Kei Nishikori (5.ª) esqueceu a derrota na ronda inaugural do ano passado e venceu o francês Paul-Henri Mathieu (123.º), por 6-3, 7-5 e 6-1.

No torneio feminino, Simona Halep (3.ª), finalista no ano passado, dominou os nervos da estreia a tempo de ultrapassar a russa Evgenia Rodina (91.ª), por 7-5, 6-4. Na segunda ronda, a romena vai encontrar a croata Mirjana Lucic-Baroni (70.ª).
Na segunda-feira, Gastão Elias (155.º) defronta Benoît Paire (71.º) no segundo encontro do Court 1, cuja jornada começa às 10 horas portuguesas. Na terça-feira, estreia-se João Sousa.

 

Sugerir correcção
Comentar