Federer é a segunda vítima do "top-10" de Kyrgios

Serena Williams sobrevive a três match-points em Madrid.

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Federer deixa o court em Madrid JAVIER SORIANO/AFP

Dois dias após Roger Federer ter sido pai de mais dois gémeos – o que o levou a não competir no Mutua Madrid Open de 2014 –, Nick Kyrgios teve a possibilidade de treinar-se com o suíço num court de terra batida de Zurique. O australiano era então o único teenager no "top-200", ao ocupar o 159.º posto. Exactamente um ano depois, Kyrgios voltou a encontrar Federer, mas já como 35.º do ranking e uma ameaça real aos jogadores de topo. E isso ficou confirmado no emocionante confronto de mais de duas horas e meia na Caja Mágica, em que Kyrgios venceu, em três tie-breaks, somando uma nova vitória sobre um "top-10" à que infligiu a Rafael Nadal no último torneio de Wimbledon.

“Sei que ele é o maior mas não estava intimidado. Tenho muito respeito por ele”, frisou Kyrgios, antes de garantir que esta foi a sua melhor vitória de sempre. “Melhor que o encontro com Nadal”, disse o australiano, após vencer, por 6-7 (2/7), 7-6 (7/5) e 7-6 (14/12).

O perigo que Kyrgios representava logo à partida ficou logo confirmado quando abriu o encontro “quebrando” o serviço adversário. Mas a 4-5, Federer aproveitou bem os segundos serviços do australiano para devolver o break. A imaturidade do australiano – que celebrou o 20.º aniversário durante o Millennium Estoril Open, onde foi finalista – revelou-se numa evitável discussão com o árbitro de cadeira, originando uma advertência e, pior, uma desconcentração que custou o set.

Mais solto, Federer entrou melhor no segundo set, mas dois erros no início do jogo decisivo deram a Kyrgios margem para controlar o resultado. O set decisivo reflectiu na perfeição o equilíbrio, com ambos a ganharem os respectivos serviços sem enfrentarem break-points. E o tie-break não podia ter sido mais emotivo: a alternância no marcador teve como consequência seis match-points para Kyrgios (6/5, 8/7, 9/8, 10/9 e 12/11) e dois para Federer (7/6 e 11/10). Uma direita para fora sentenciou a primeira derrota de Federer frente a um adversário com 20 anos (ou menos), desde que perdeu a final do Open dos EUA de 2009, com Juan Martin del Potro.

Já Rafael Nadal (4.º), teve uma estreia calma em Madrid, ao derrotar Steve Johnson (54.º), por 6-4, 6-3, num encontro em que nunca enfrentou um break-point.

Outro duelo épico do dia no court Manolo Santana opôs a actual número um mundial Serena Williams com a ex-líder do ranking Victoria Azarenka. A bielorrussa, actual 31.ª, deu sinais de estar perto de voltar ao topo e chegou a servir a 6-5 (40-0) no terceiro set, mas depois de Serena salvar dois match-points, Vika cometeu três duplas-faltas!

“Ela quase fez um ás, apenas falhou nem por três centímetros. Pensei que ela não devia ter pedido o challenge; ‘se o fizer vai cometer uma dupla-falta’. Tinha razão, fez mesmo. Senti que não era o meu dia, mas acabei por ganhar e não sei como”, admitiu Serena, após vencer, por 7-6 (7/5), 3-6 e 7-6 (7/1), em duas horas e 43 minutos.

Maria Sharapova (3.ª) precisou igualmente de três sets para ultrapassar a promissora Caroline Garcia (28.ª), por 6-2, 4-6 e 7-5. Eliminadas foram Agnieszka Radwanska e Ana Ivanovic. Radwanska (9.ª) vai deixar o "top-10" pela primeira vez desde Outubro de 2011 ao perder (6-3, 6-2) com Caroline Wozniacki (5.ª). Ivanovic (7.ª) cedeu em três partidas (7-5, 1-6 e 6-4) a Carla Suarez Navarro (12.ª).

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