Jackson tanto rematou que o golo veio bater-lhe à porta

Os "dragões" somam agora mais dois pontos do que o Sporting e mais cinco do que o Benfica.

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Foto: Dato Daraselia

O pé esquerdo de Jackson Martínez estava em tarde não, mas o colombiano tem outros argumentos quando se trata de procurar a baliza adversária. Este domingo, em Felgueiras, fez de cabeça o golo que valeu ao FC Porto o terceiro triunfo (1-0) em três jogos na Liga, frente a um Paços de Ferreira que continua de candeias às avessas com as redes contrárias e com os pontos.

Ainda não se tinha cumprido um minuto de jogo e já os “dragões” tinham descoberto a principal fragilidade da defensiva pacense: o espaço entre Rodrigo António e Grégory, o lateral direito e um dos centrais. Foi por aí que Jackson rompeu na primeira jogada do desafio, que terminou com um remate de pé esquerdo ao lado da baliza de Degra.

De resto, foi esse o destino das três tentativas seguintes do colombiano a partir da mesma zona. Aos 11’, aos 32’ — na sequência de um grande passe de longa distância de Defour e de uma assistência de Licá — e em cima do intervalo, aos 44’, quando Josué, com um vólei magistral, o descobriu na grande área.

Estava mais do que visto que não era por essa via que o FC Porto chegaria ao golo. E se dispôs de uma mão-cheia de ocasiões no primeiro tempo, foi também graças à inoperância do meio-campo do Paços, que não conseguia suster a bola e permitia ao adversário instalar-se confortavelmente nas imediações da grande área.

À medida que o pressing do campeão nacional foi diminuindo, porém, a equipa da casa foi espreitando o contra-ataque. Com qualidade nas transições ofensivas rápidas — algo que já se tinha constatado nos últimos jogos, incluindo nas duas derrotas com o Zenit —, construiu a melhor, e praticamente a única, ocasião do primeiro tempo, aos 36’. Vítor saiu a jogar com critério, aproveitou a velocidade de Caetano e a bola terminou nos pés de Sérgio Oliveira, que rematou em arco para boa intervenção de Helton.

Essa foi a excepção à regra. O perigo normalmente rondava a baliza contrária. Sem explorar muito as faixas laterais — até porque Licá era o único “velocista” em campo —, o FC Porto vivia da lucidez de Lucho e dos rasgos de Josué para criar desequilíbrios pelas zonas interiores. E o Paços procurava cada vez mais o auxílio a André Leão na cabeça da grande área para tentar comprometer o último passe.

Por essa altura, já Paulo Fonseca tinha sido forçado a fazer uma substituição, quando Danilo se lesionou (39’) e deu o lugar a Fucile. O uruguaio não entrou bem na segunda parte (viu um amarelo logo aos 46’, por falta sobre Caetano) e o FC Porto também não. Mérito do adversário, que surgiu mais desinibido e com maior capacidade de circular a bola no meio-campo “azul e branco”.

Ainda assim, sempre que carregava no ataque o campeão nacional fazia-o pelo lado esquerdo. Alex Sandro — que mostra tanta qualidade a defender como a atacar — lançou novamente Jackson às feras, mas o pé esquerdo do colombiano nada quis com a baliza.

Aos 57’, foi chamada a depor a nova jóia da coroa “azul e branca”. Entrou Quintero, saiu Josué. Respondeu Costinha retirando Vítor (com uma exibição apagada) e lançando Rui Miguel, capaz de dar mais profundidade ao futebol pacense.

As equipas continuavam encaixadas uma na outra, mas o FC Porto ia forçando na frente. Um lançamento lateral de Fucile, aos 65’, passou pela cabeça de Jackson e acabou no pé direito de Lucho, que atirou por cima da trave. Dois minutos depois, Paulo Fonseca deu sinais de querer mais largura no jogo, apostando em Ricardo em detrimento de Defour.

O Paços, obrigado a encolher-se, via Helton ao longe, mas acabou por dispor de uma ocasião soberana para inaugurar o marcador, quando Maicon, infantilmente, perdeu uma bola dominada na grande área para Caetano e o pequeno avançado pacense serviu Carlão. No frente-a-frente com Helton, ganhou o guarda-redes. E tanto que Costinha se tem queixado da falta de eficácia...

Não marcou Carlão, marcou Jackson do outro lado do campo. De colombiano para colombiano: Quintero cobrou o pontapé de canto e o ponta-de-lança, sem tirar os pés do solo, desviou de cabeça para o fundo da baliza, aos 76’. Foi o quarto golo em quatro jogos esta época, o terceiro no campeonato.

O Paços, que até então se alimentara da piedade de Jackson, caiu por terra. E o FC Porto, mais à vontade, foi circulando a bola já sem a pressão de ter de procurar a baliza. Já tinha feito o suficiente para se manter no primeiro lugar da Liga e para ampliar para dois e cinco pontos a vantagem sobre Sporting e Benfica.

 
 
 
 
 
 
 

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