FC Porto precisou de 70 minutos para furar a muralha do Moreirense

"Dragões" alcançaram a terceira vitória em três jogos na Liga, com golos de Óliver Torres e Jackson.

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Foto: Miguel Riopa/AFP

Vitória e recorde, por esta ordem. Para Julen Lopetegui, o essencial era manter o hábito de ganhar nesta época, nem que fosse pela vantagem mínima. Para o FC Porto, o primeiro objectivo foi atingido com golos de Óliver Torres e um "bis" do inevitável Jackson (3-0) e o segundo assegurado por uma prestação defensiva sem sobressaltos. O Moreirense estreou-se a sofrer e a perder no Estádio do Dragão, na Liga 2014-15.

Eram duas defesas de betão. De um lado, a de uma equipa recém-promovida à elite do futebol português, que tem feito da organização defensiva a imagem de marca neste arranque de temporada (foi essa solidez que contribuiu para a vitória na Madeira e para ate frente ao Sp. Braga). Do outro, a de um FC Porto que elevou para cinco o número de jogos consecutivos sem sofrer golos, batendo o recorde do clube num início de época.

Não espantou, por isso, que as oportunidades de golo ao longo do primeiro tempo tivessem sido um bem escasso. O Moreirense, que perdeu o médio Bolívia logo aos 3' (lesionou-se e foi substituído por Vítor Gomes), jogava na expectativa, a avaliar o adversário e a controlar a circulação de bola. E como os anfitriões não aceleravam muito nas acções ofensivas, a coordenação dos minhotos foi chegando para as encomendas.

Com José Ángel no lado esquerdo da defesa (por lesão de Alex Sandro), Brahimi e Óliver Torres no miolo e Quaresma e Adrian López nas alas, o FC Porto aproveitava para dar descanso a alguns dos elementos que enfrentaram o Lille e, acima de tudo, para ir dando minutos de jogo a muitos dos mais fortes candidatos à titularidade do plantel.  

No primeiro tempo, porém, não foi nenhuma das novidades nas alas a agitar as águas. Foi Danilo, um lateral de pendor muito ofensivo, a surgir`na cabeça da área, em diagonais interiores, a tentar a sorte. Aos 21', esteve na cara de Marafona mas permitiu a defesa ao guarda-redes, aos 31', rematou de fora da área com o mesmo destino, após uma má saída de bola do adversário, aos 45+1', disparou por cima da trave após passe de Quaresma.

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Tempo de intervalo e de mudança de atitude. As peças eram as mesmas, a dinâmica é que não. Quaresma (numa tarde pouco inspirada) deu o primeiro aviso aos 49', Adrian López levantou demasiado a bola aos 52' e Jackson ainda tirou tinta à trave num cabeceamento na sequência de um pontapé de canto, aos 60'.

O FC Porto começava a abrir a torneira e a pressão jorrava no sentido da baliza do Moreirense. Ao 70', a muralha cedeu. Quaresma e Brahimi combinaram bem no lado direito do ataque, o franco-argelino cruzou com precisão para a pequena área e Óliver Torres limitou-se a empurrar. Um prémio merecido para um trabalhador incansável e para um jogador cuja polivalência tem sido fundamental para as nuances tácticas introduzidas por Lopetegui já com o jogo a decorrer.

O Moreirense, até então a defender num 4-5-1 perfeitamente definido e sincronizado, acusou o toque. Ruben Neves, por esta altura, já tinha rendido Casemiro e Ramón Cardozo já trocara de papéis com Alex no ataque dos minhotos. Mas o avançado paraguaio quase não teve oportunidade para se mostrar, porque o jogo passou a disputar-se quase exclusivamente nas imediações da grande área visitante.

Aos 82', Marafona borrou a pintura com uma saída extemporânea, o FC Porto aproveitou da melhor forma: assistência perfeita de José Ángel e cabeceamento de Jackson para a baliza deserta. O lance, porém, também trouxe más notícias aos anfitriões: Óliver, num choque com o guarda-redes, lesionou-se no ombro e foi obrigado a sair, aos 84'. Saiu da cartola o joker Quintero.

Um minuto depois, grande penalidade por falta sobre Jackson. Quintero escolheu o lado direito da baliza, Marafona também - e redimiu-se da infantilidade anterior. Só que os "dragões" ainda tinham mais um cartucho para gastar. Jackson, quem haveria de ser, encontrou novamente o caminho da baliza com um remate subtil de fora da área. Foi o quarto golo do colombiano na Liga. E o sexto do FC Porto.

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