Viena já tem companhia

"Dragões" derrotaram o Bayern por 3-1, na primeira mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões.

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O melhor início de jogo de sempre do FC Porto nas competições europeias (pelo menos no resultado) lançou-o para um dos seus triunfos mais significativos (3-1) dos últimos anos sobre um Bayern Munique que é apontado como um dos principais candidatos ao sucesso total na Liga dos Campeões. A equipa de Julen Lopetegui vai estar em Munique com dois golos de vantagem para gerir e, embora essa almofada não seja garantia de nada na Allianz Arena, certo é que está na frente da discussão por uma das quatro vagas para as meias-finais da Liga dos Campeões.

O primeiro mérito portista foi não entrar “derrotado”: não teve medo, soube sofrer quando o Bayern esteve por cima e conseguiu responder quando o adversário reduziu e parecia voltar a estar confortável na eliminatória. O resultado foi uma vitória justa. Contudo, além do golo alemão, houve dois factos negativos para o clube portuense. Alex Sandro e Danilo foram admoestados com um cartão amarelo e estão suspensos para a segunda mão (José Ángel não está inscrito, portanto Indi deverá fazer o jeito à esquerda; na direita a solução natural é Ricardo).

O gigante da Baviera não está acostumado a perder com equipas portuguesas: esta foi apenas a sua segunda derrota em 23 jogos contra adversários lusos. A primeira ficou famosa, foi a da final da Taça dos Campeões de 1987, em Viena, que originou o primeiro troféu internacional dos “azuis e brancos”. Mas o encontro desta quarta-feira, apesar da presença de um argelino tecnicista que tentou passar pelos adversários como se estes fossem cones de trânsito, não decorreu nas mesmas circunstâncias. Então, o FC Porto esteve muito tempo em desvantagem e deu a volta nos minutos finais. Agora, foram os iniciais que lançaram a equipa para o êxito.

Quaresma marcou aos 3’ e aos 10’, concretizando o 2-0 mais rápido de sempre dos “dragões” nas provas internacionais. O seu início de sonho foi feito com pressão no momento certo: o Bayern não dá a bola, é preciso roubá-la. Jackson Martínez — que não jogava desde o início de Março — roubou, com falta, a bola a Xabi Alonso, avançou sozinho para a área e foi derrubado por Manuel Neuer. Os portistas queriam a expulsão, mas o guarda-redes viu só o amarelo. Na conversão do castigo máximo, Quaresma não falhou perante um jogador que há uns anos, ao serviço do Schalke, fez estragos ao FC Porto num desempate por penáltis.

Deco já marcou aos 1’ ao Molde e o próprio Quaresma já fez um golo mais rápido (2’) na Liga dos Campeões ao CSKA Moscovo, mas o que os portuenses nunca tinham tido era uma vantagem de dois golos tão madrugadora. O extremo tirou a bola a Dante e, isolado, concluiu com classe. Ao minuto 10, o melhor guarda-redes do mundo já tinha ido buscar a bola ao fundo da baliza duas vezes.

Depois, o Bayern, que antes tinha visto Lewandowski errar por pouco, ouviu finalmente o despertador e acordou. O conjunto de Guardiola, com Thiago Alcántara no comando das operações e o talento do ponta-de-lança polaco e do omnipresente Thomas Müller, dominou até ao intervalo, apesar de, sem Ribéry e Robben, lhe faltar alguma coisa. Tomou conta da posse de bola, pressionou, obrigou Casemiro e Óliver a brilharem e não precisou de criar muito perigo para marcar. Ao terceiro canto seguido, tentou “chamar” o FC Porto em vez de despejar a bola na área e a estratégia resultou. Boateng mostrou que também é competente a lateral-direito e cruzou rasteiro para Thiago finalizar. Foi um dos poucos lapsos dos homens da casa, os únicos invictos nesta edição da prova.

Perante casa cheia, os “dragões” ainda tiveram duas oportunidades até ao intervalo (Alex Sandro acertou na trave com a colaboração de Neuer e Casemiro cabeceou por cima), mas só na segunda parte se libertaram e voltaram a construir jogo. Neuer atrasou o 3-1 após a melhor jogada portista em todo o encontro, negando o golo a Herrera (57’), mas aos 65’ nada pôde fazer quando Jackson, servido por Alex Sandro, lhe apareceu à frente.

O FC Porto segurou depois a vantagem sem grandes sobressaltos. Viajará para Munique com dois golos a mais e dois laterais a menos. E com o ego inchado.

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