Favoritos batidos na Liga de Diamante de Xangai

David Rudisha e Renaud Lavillenie estiveram abaixo das expectativas, num meeting de alto nível.

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Sam Kendricks bateu Lavillenie no salto com vara Johannes Eisele/AFP

A Liga de Diamante do atletismo em 2016 continuou neste sábado em Xangai, na China, com um meeting de excelente nível e no qual as duas maiores figuras anunciadas para o evento, os recordistas mundiais de 800m, David Rudisha, e salto com vara, Renaud Lavillenie, foram batidos.

A derrota do queniano foi a mais estrepitosa das duas. A corrida foi lançada em termos caricatos, com a lebre holandesa Bram Som a esquecer-se de chegar à frente na saída e a só conseguir fazê-lo pelos 250m. Isto ditou um tempo de passagem lentíssimo a meio e, neste contexto, David Rudisha não conseguiu afastar-se dos perseguidores, como se esperava, sofrendo na recta final o mesmo que por vezes acontece nos maiores campeonatos, em corridas mais tácticas. Primeiro, o seu compatriota Ferguson Rotich, vencedor com 1m45,68s, depois vários outros passaram o campeão olímpico de Londres e Rudisha acabou por cair para quinto, com 1m46,24s.

Na vara, Renaud Lavillenie viu o americano Sam Kendricks passar 5,88m, um novo máximo pessoal ao ar livre ao terceiro ensaio, e dispensou a sua última tentativa a essa altura para tentar retomar o comando a 5,93m, mas ficou longe de conseguir essa fasquia. Com 5,83m, o francês ficou atrás do seu rival, que vencera nos Mundiais de pista coberta de Portland.

Claro que também houve favoritos que ganharam. Em especial a croata Sandra Perkovic, que num concurso de disco estelar, com a presença de várias campeãs mundiais, despachou o engenho a 70,88m, para a melhor marca de 2016. Nos 110m barreiras, com duas desqualificações por falsa partida ditadas pela margem de 4 milésimas cada, o líder mundial jamaicano, Omar McLeod, tornou- se o primeiro nesta época abaixo de 13 segundos, com 12,98s, e cimentou para já a sua condição de favorito para os Jogos Olímpicos.

Verdadeiramente espantoso foi o final dos 1500m femininos. A corrida não estava a ser lenta, nem demasiado rápida, até à volta final, mas os derradeiros 400m da queniana Faith Kipyegon foram algo de raramente visto para uma mulher. Acabaria com 3m56,82s, outro resultado de topo para a temporada e recorde do Quénia, com várias outras africanas atrás de si abaixo, ou em cima, da marca dos 4 minutos, como a compatriota Hellen Obiri (3m59,34s) e as etíopes Dawit Seayum (3m59,87s) e Besu Sado (4m00,08s).

O Quénia brilhou ainda nos 3000m obstáculos, em prova lançada em ritmo de recorde mundial para depois ir evoluindo em parâmetros mais normais. Na última volta, a campeã mundial Hyvin Kiyeng conseguiu assumir o comando e acabou em 9m07,42s, tornando-se a sexta melhor de sempre na última disciplina feminina a entrar para os programas dos Jogos Olímpicos, desde 2008. Na frente quase sempre esteve Ruth Jebet, a queniana de ainda 19 anos que agora corre pelo Bahrein, depois caiu por esgotamento à entrada da recta final mas ainda se levantou a tempo de bater o recorde da Ásia, com 9m15,98s.

Na légua masculina, ficou reconfirmado o talento do jovem etíope de 22 anos Muktar Edris, capaz de bater ao sprint todos os mais consagrados em 12m59,96s, outro melhor tempo do ano.

 

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