Famílias quiseram que Cassamá e Sambu trocassem Sporting pelo FC Porto

Pesaram as questões financeiras, mas também o projecto desportivo, diz Catió Baldé.

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Menos dois jogadores na Academia do Sporting Pedro Elias (arquivo)

O representante dos futebolistas sub-15 Moreto Cassamá e Idrisa Sambu confirmou nesta quarta-feira que estes se transferiram do Sporting para o FC Porto, uma decisão com a qual discordou, mas que foi “da exclusiva responsabilidade dos pais”.

“Tudo indica que houve um assumir do compromisso com o FC Porto. Há situações a tratar de pontos de vista diferentes para os pais, mas quem manda são os pais. Evidentemente, em último caso, eu não tenho alternativa senão seguir a decisão dos pais, caso queira continuar a representar os jovens”, disse à agência Lusa Catió Baldé.

O representante de Cassamá e Sambu, que jogavam no escalão de iniciados do Sporting, é o mesmo do jogador Bruma, que, no Verão, travou um diferendo com o clube leonino sobre a validade do seu contrato, acabando por se transferir para os turcos do Galatasaray.

Cassamá e Sambu estiveram indirectamente envolvidos no “caso Bruma”, uma vez que, na altura, cessaram actividade pelo Sporting enquanto estavam “à espera” do desfecho do conflito que opunha o seu “representante desportivo” ao Sporting.

Catió Baldé diz que os casos são diferentes, mas admite que o seu envolvimento no “caso Bruma” o coloca agora em dificuldades perante propostas de clubes aos pais dos jogadores. “Houve uma discussão séria sobre o que seria melhor [para Cassamá e Sambu] e eu encontro-me numa posição difícil, porque as pessoas lembram-se do meu episódio, da questão do Bruma, e aí a família faz ‘finca-pé’. Essa decisão de escolher o FC Porto é da exclusiva responsabilidade dos familiares”, disse.

O agente sublinhou que os jogadores se transferiram para o FC Porto por causa do projecto desportivo, e não apenas por questões salariais. “Evidentemente, os pais (...) não têm culpa que apareçam clubes a apresentar-lhes propostas muito boas, tanto para eles [jogadores] como para a família. Aí já não se pode discutir que estão a pensar no dinheiro ou não. Aqui não se pesou só as questões financeiras, mas sim um projecto desportivo”, explicou Catió Baldé.

Confrontado com posições que assumiu no passado – em que declarou que o melhor para os jogadores seria permanecer na Academia do Sporting em Alcochete –, Catió Baldé disse que mantém esse entendimento. “Eu tenho essa posição, e até por causa disso eles recusaram liminarmente a possibilidade do estrangeiro e optando por ficar em Portugal, num clube português que também tem tradição, como é o caso do FC Porto”, afirmou.

Catió Baldé referiu ainda que o Sporting fez tudo o que podia para manter os jogadores, cujos nomes constavam ainda, na manhã desta quarta-feira, no site que lista os plantéis da formação do clube. “O Sporting tudo fez, tudo tentou até à última hora, tudo e mais alguma coisa, mas a decisão é da família, dos patronos [dos jogadores]. Nós podemos aconselhar e dar ideias, mas tudo bem, optou-se por um clube português”, disse o representante de Cassamá e Sambu.

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