É importante pontuar. A premissa aplica-se quer a Estoril, que nesta quinta-feira recebe o Panathinaikos na 2.ª jornada da fase de grupos da Liga Europa, quer a Rio Ave, que enfrenta o Aalborg, na Dinamarca. Os dois representantes portugueses na competição entraram em cena com uma derrota e dispõem agora de uma boa oportunidade para equilibrar as contas.

Indicador positivo para o Estoril: há sete jogos que o Panathinaikos não vence fora de casa em partidas da fase de grupos das provas da UEFA. Com cinco jornadas disputadas na Liga grega, a equipa orientada por Giannis Anastasiou desde Maio de 2013 está a três pontos do líder, o PAOK, e vem de dois triunfos no campeonato. Na Europa, porém, ainda não pontuou e, apesar de ter no avançado Marcus Berg e no defesa Spyropoulos duas baixas por lesão, chega a Portugal com o objectivo de ganhar.

Para isso, terá de contrariar um Estoril que entrará em campo "sem pressão nenhuma", de acordo com José Couceiro. O treinador não quer que se repitam os erros defensivos que ditaram a derrota frente ao Benfica e pede aos jogadores mais concentração. "O nosso problema está identificado: temos um dos melhores ataques e uma das piores defesas. É um jogo que pode ter contornos importantes porque, quem ganhar, pode dar um passo importante. Seria a primeira vitória de sempre do Estoril na fase de grupos", sublinha.

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Sem avançar quais as opções que irá tomar, Couceiro assumiu a necessidade de "gerir a equipa" em função das provas europeias e do calendário do campeonato. A esse respeito, também deixou no ar uma crítica: "As equipas que jogam a Liga Europa são penalizadas, porque jogam quinta-feira e domingo à tarde, e é inacreditável quando se pretende conseguir pontos para Portugal no ranking estar a pensar na gestão".

Para além de Zeca, um português de sucesso no Panathinaikos, o Estoril vai reencontrar outro velho conhecido da Liga nacional, o médio croata Danijel Pranjic. O ex-jogador do Sporting é um dos mais experientes do plantel e, juntamente com o compatriota Mladen Petric, soma mais jogos nas provas da UEFA (136) do que toda a equipa da Linha (122).

Boateng de início
Muita rodagem na Europa, ao contrário do resto dos companheiro, tem também Renan Bressan (37 jogos), o médio bielorrusso que o Rio Ave contratou para esta época. De entre os convocados para o embate com o Aalborg é de longe o melhor marcador nas competições da UEFA: tem nove golos, apenas menos três do que todo o plantel da equipa dinamarquesa, por exemplo.

E se Pedro Martins, treinador da formação vila-condense, não adianta muito sobre o "onze" a utilizar, pelo menos deixa uma garantia. "Querem saber a equipa? Dou-vos apenas uma pista: Boateng vai jogar. O cartão vermelho não foi justo e ele não pode ser penalizado duas vezes", apontou, referindo-se à expulsão do avançado ganês, logo aos 14’ do encontro com o Sp. Braga.

E é justamente de atacantes com uma boa relação com a baliza que o Rio Ave precisa para compensar a derrota no arranque do Grupo J, frente ao Dínamo Kiev (0-3). Um mau resultado que torna mais premente a necessidade de pontuar na Dinamarca, onde enfrenta um adversário com uma entrada ainda mais em falso: ao perder por 6-0 com o Steaua, em Bucareste, o Aalborg averbou o desaire mais pesado da fase de grupos até agora.

"Não começámos bem. Vamos lutar muito. Queremos mostrar o nosso valor e sair com pontos", afirmou Pedro Martins, atribuindo ao Dínamo Kiev o favoritismo na corrida á conquista do grupo. "Se queremos manter a expectativa de passar à fase seguinte desta competição temos de, pelo menos, pontuar. Com um resultado negativo, as possibilidades serão pequenas", alertou António Silva Campos, presidente do Rio Ave, citado pela agência Lusa.

A única contrariedade para o treinador dos vila-condenses é o lateral direito Lionn, ainda a recuperar de uma mialgia, sendo que Nuno Lopes é a alternativa natural para ocupar a vaga. Juntamente com os restantes elementos do sector defensivo, deverá ter em debaixo de olho o avançado Anders Jacobsen, autor de cinco dos 11 golos dos dinamarqueses nesta época.