“Estava tudo desenhado para o João Sousa mas o fato também me servia a mim”

Rui Machado venceu o duelo com João Sousa e segue em prova no Estoril Open.

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Rui Machado impôs-se a João Sousa José Sarmento Matos (arquivo)

Rui Machado ainda não estava preparado para falar sobre a próxima ronda. Queria continuar a conversa sobre o que tinha acabado de fazer no Estoril Open, o triunfo sobre o seu compatriota e bem mais cotado João Sousa, e num ambiente que, não sendo adverso, parecia mais favorável ao vimaranense.

“Estava tudo desenhado para o João Sousa, mas o fato também me servia a mim”, brincou o tenista algarvio após o triunfo na primeira ronda do torneio no court principal do Clube de Ténis de Cascais.

Fisicamente, frisou Machado, tudo correu bem. Só a ansiedade é que o fazia respirar mais depressa. “As pernas estão bem. A gestão da ansiedade fez com que sofresse um pouco da respiração. O meu treinador até me disse para comer qualquer coisa, mas eu disse que não era preciso”, observou Machado, reconhecendo, no entanto, que este não foi um jogo perfeito: “Acho que cometi muitos erros. Ele entrou mal e eu também.”

A enfrentar já a fase final da carreira, Machado diz que ainda vai jogar mais dois ou três anos, mas com os pés assentes na terra, ele que já chegou a ser o 59.º do mundo. “Não sou assim tão bom. Nunca passei dos quartos-de-final de um torneio ATP, e nunca passei da segunda ronda num Grand Slam. Não vou negar que isto dá confiança, mas não posso embandeirar em arco. Vou jogando os torneios que fazem sentido.”

Bem menos palavroso no pós-jogo foi João Sousa. Dificilmente se conseguia arrancar respostas mais extensas que as perguntas. “Acusou a pressão? Não. Foi um mau dia? Sim.” Foram alguns minutos de respostas secas do melhor tenista português da actualidade, com justificações vagas para a derrota sofrida num torneio em que a sua cara estava por todo o lado.

“Não me encontrei em todo o jogo. Mérito do Rui que fez um excelente encontro. Fiz o trabalho bem feito para chegar aqui com boas sensações, mas não consegui jogar o meu ténis. Quando queria atacar, as coisas não saiam. Quando queria defender, as coisas não saiam”, explicou.

Consequências da derrota? Nenhumas, garante João Sousa. “Nem sempre é fácil aceitar as derrotas. Não é uma derrota que me afecta. Todas serão difíceis de aceitar. Quando se joga bem e perde, é mais fácil. Estou habituado a perder todas as semanas. Esta foi mais uma derrota e há que tentar dar-lhe a menor importância possível.”

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