Espanha aumentou as hipóteses de voltar a triunfar em Portugal

Pablo Carreño Busta assinou a proeza do dia, ao afastar o primeiro cabeça de série do torneio, ?e Nicolás Almagro continua de vento em popa. Nick Kyrgios venceu o duelo de jovens talentos.

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Pablo Carreño Busta Millenium Estoril Open

Com Pablo Carreño Busta e Nicolás Almagro em bom plano, o ténis espanhol colocou-se em posição privilegiada para monopolizar a final do Millennium Estoril Open. É verdade que ambos terão de enfrentar, nas meias-finais, adversários mais bem posicionados no ranking, mas isso não foi entrave suficiente nos encontros desta sexta-feira, que ditaram a saída de cena do primeiro cabeça de série do torneio.

O francês Gilles Simon, o mais credenciado dos presentes no complexo do Estoril, não resistiu ao momento de forma muito positivo que atravessa Carreño Busta. O oitavo pré-designado da prova, e 50.º do ranking ATP, resolveu o encontro em 1h28m, com os parciais de 6-3, 6-4, e provocou mais uma surpresa no quadro de singulares.

“Foi a primeira vez que nos encontrámos e ele fez um óptimo encontro. Foi muito consistente, muito eficaz nos primeiros serviços. Sinto que o encontro foi muito aproximado, mas caiu sempre para o lado dele. Ele foi sempre capaz de jogar o ponto certo, no momento certo”, reconheceu Simon, actualmente o 18.º tenista do ranking.

Para Carreño Busta, o sentimento era de total satisfação. “É uma vitória muito importante para mim, a melhor vitória do ano. Estou a trabalhar muito para jogos como este. Se quero ser melhor, tenho de ganhar a estes adversários”, assumiu o espanhol, que em quatro presenças no único torneio ATP disputado em Portugal chega pela terceira vez às meias-finais. Agora, espera que à terceira seja de vez.

O próximo adversário do tenista de Gijón será outro francês, Benoît Paire, terceiro cabeça de série no Estoril. “Se calhar, agora está a jogar melhor do que em Nova Iorque [na segunda ronda do Open dos Estados Unidos] quando lhe ganhei. Mas estou a jogar bem, com muita confiança. O normal é que seja difícil, mas aí estarei para tentar ganhar”, garantiu Carreño Busta, recordando que todos os seus adversários nas meias-finais (os anteriores foram Stanislas Wawrinka e Nick Kyrgios) eram mais cotados.

Para se cruzar com o espanhol na próxima ronda, Paire teve de ultrapassar outro espanhol, Guillermo García-López, nos quartos-de-final. Agora, pretende inverter a tendência de derrotas nas meias-finais mais recentes e chegar à final do Millennium Estoril Open. “Perdi três vezes nas meias-finais este ano e o meu objectivo é passar à final. Seria bom para mim”, reconheceu Paire em conferência de imprensa, referindo-se aos desaires sofridos em Barcelona, Marselha e Chennai.

Sobre o encontro com García-López, que venceu por 7-6, 6-2, em 1h34m, o francês admitiu ter sentido algumas dificuldades: “No início do primeiro set, falhei algumas direitas, perdi confiança, mas disse a mim próprio: ‘Vamos lá’”, assumiu, revelando que tentou melhorar o primeiro serviço e foi-se sentindo “cada vez melhor” durante o jogo.

O 21.º jogador do ranking abordou ainda o facto de ter a sua box, no complexo do Estoril, repleta de tenistas portugueses, explicando que jogou muitas vezes em Portugal e conhece bem os jogadores nacionais. “Por isso convidei-os. Estou cá sozinho, não tenho amigos. É bom ter a box cheia para quando a filmarem”, ironizou.

O serviço de Kyrgios

Em bom plano continua também a exibir-se Nicolás Almagro (71.º do ranking), que, depois de ter afastado João Sousa na ronda anterior, eliminou o argentino Leonardo Mayer. O espanhol, que no ano passado tinha caído nos quartos-de-final, voltou a derrotar Mayer (46.º) no Clube do Ténis do Estoril — em 2015, o argentino também perdeu em dois sets, mas nos “oitavos” —, em 1h39m, com os parcais de 6-4 e 7-6 (7-5).

Almagro terá agora pela frente, nas meias-finais, o australiano Nick Kyrgios, um dos melhores jovens tenistas do circuito ATP, que nesta sexta-feira se impôs a um rival da mesma geração, o croata Borna Coric, por 6-4, 6-4. O finalista da edição do ano passado foi mais forte em quase todos os capítulos do jogo, com destaque para o serviço, e ainda viu o adversário anular seis de oito break-points.

“Não tinha estratégia para este encontro, sabia que tinha de servir bem. Ele é um grande jogador, mexe-se bem. Penso que a chave foi servir muito bem nos momentos cruciais”, apontou Kyrgios (20.º do ranking ATP), revelando que cresceu a ver o espanhol Nicolás Almagro jogar e que, como tal, sabe o que fazer no próximo encontro.

Se o australiano levar a melhor nas meias-finais, anula o cenário de uma final exclusivamente espanhola e reduz as possibilidades de Espanha voltar a conquistar o título em Portugal, algo que aconteceu pela última vez em 2010, por Albert Montañes.

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