PSG contra Chelsea ou os meus milhões são melhores do que os teus?

A equipa francesa quer ir mais longe do que na época passada, mas, para isso, terá de ultrapassar um Chelsea que não cai numa competição europeia desde 2010-11.

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José Mourinho elogiou a qualidade individual dos jogadores do PSG Martin Bureau/AFP

No jogo desta quarta-feira entre o Paris Saint-Germain e o Chelsea (19h45, SP-TV1) para a primeira mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões vai ser o poderio de duas equipas construídas de raiz pela força do dinheiro que vai estar frente a frente.

O Chelsea visita um PSG que lembra o início do percurso do emblema londrino no início da presidência de Roman Abramovich, há cerca de uma década. Esta foi uma ideia expressa por Zlatan Ibrahimovic, durante a antevisão da primeira mão da eliminatória, que considerou que o PSG está “na situação [do Chelsea] de há oito ou nove anos quando tinham iniciado os grandes investimentos”.

Num espaço de duas épocas, os parisienses reforçaram-se com alguns dos nomes mais sonantes do futebol mundial. Pastore, Cavani, Lucas Moura e, a super-estrela, Ibrahimovic.

Aos 32 anos, o avançado sueco está a fazer a melhor época da carreira, com 40 golos em 42 partidas, e é uma das grandes armas dos parisienses para conquistarem a Europa. Depois de ter vencido campeonatos na Suécia, na Holanda, na Itália, na Espanha e em França, a Liga dos Campeões é um dos poucos troféus que Ibrahimovic não levantou. E é o próprio quem afirma que a ganhá-lo será em Paris.

A presente época tem sido um autêntico passeio para a equipa orientada por Laurent Blanc. Na Liga francesa, o PSG domina tranquilamente, com 13 pontos de avanço sobre o Mónaco, e o bicampeonato estará por semanas. Na Europa, o PSG venceu facilmente o seu grupo, onde também estava o Benfica, com goleadas nos terrenos do Olympiacos e do Anderlecht. Seguiram-se os alemães do Bayer Leverkusen, que foram atropelados em casa por quatro golos sem resposta. O Chelsea é portanto o primeiro grande teste para a equipa milionária do xeque Nasser al-Khelaifi.

Quem se apressou a atirar o favoritismo para o PSG foi o técnico dos blues, José Mourinho, que considerou o clube francês como “um grande, grande, grande candidato” a vencer a competição. Mas é inegável a maior experiência dos londrinos, que nas duas últimas épocas venceram a Liga dos Campeões e a Liga Europa. É preciso recuar três anos para a última eliminação do Chelsea de uma competição europeia, quando caiu às mãos do Manchester United nos quartos-de-final da Liga dos Campeões na época de 2010/2011.

O Chelsea, que ao contrário do PSG tem uma situação complexa no campeonato, terá em Eden Hazard a sua grande arma criativa. A estrela belga impressionou o técnico Laurent Blanc, que disse que o médio “vai ser um grande jogador”. Com Samuel Eto’o ainda indisponível, o homem mais avançado dos blues deverá ser Fernando Torres.

A história entre os dois emblemas é parca em registos, fruto do carácter recente dos seus sucessos. Em Setembro de 2004, o PSG recebia o Chelsea na fase de grupos da Liga dos Campeões, na primeira época de José Mourinho, acabado de se sagrar campeão europeu pelo Porto. Os londrinos, que começavam a dispor dos recursos quase ilimitados de Abramovich, venceram por 3-0, com dois golos de Didier Drogba. O PSG, que contava com Pauleta e Hélder nas suas fileiras, estava longe do esplendor que as suas novas estrelas lhe trouxeram. Qualquer previsão será arriscada, mas com certeza não teremos um resultado tão desnivelado esta quarta-feira.

O jogo é também marcado pelo reencontro de duas das figuras mais emblemáticas do futebol europeu dos últimos anos. Ibrahimovic e Mourinho não pouparam elogios um ao outro durante a antevisão do desafio em Paris. Na sua primeira época no Inter de Milão, em 2008/2009, o português treinou o avançado, que acabaria por sair para o Barcelona.

Para o sueco, o treinador português “sabe o que precisa de fazer para ganhar”. Mourinho, por seu turno, afirmou que ter sido treinador de Ibrahimovic foi “fantástico” e disse ser “uma pena” se o avançado terminar a carreira sem jogar num clube britânico.

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