Desde que o Estoril regressou ao principal escalão do futebol português, na temporada 2012-13, nunca foi um adversário “simpático” para os três maiores emblemas nacionais. Em duas épocas, retirou 10 pontos ao Sporting e cinco ao FC Porto. O Benfica foi o menos prejudicado em quantidade, perdendo apenas dois pontos em quatro partidas, fruto de um empate na Luz no final da penúltima temporada. Mas a realidade é que esse empate acabou por custar um título às “águias”, que regressam esta tarde à Amoreira com o objectivo de manterem a liderança do presente campeonato.

Depois de duas temporadas de sonho, sob a liderança de Marco Silva, o Estoril ainda não reencontrou este ano o caminho do êxito que o levou ao quinto lugar há duas épocas e ao quarto na última. Muito mudou entretanto na equipa, com a saída de jogadores importantes e a chegada de um novo técnico, José Couceiro, com métodos de trabalho novos que demoram tempo a ter reflexos na equipa.

Em cinco jornadas disputadas, o Estoril só venceu uma vez, somando dois empates e outras tantas derrotas. Defensivamente, a situação não é famosa, em comparação com o passado recente, tendo a equipa já sofrido 11 golos, 42% do total sofridos ao longo de toda a época passada (26). “Temos tido uma prestação longe daquilo que pretendemos, mas quando nos tornarmos defensivamente mais fortes, a equipa, no seu conjunto, irá fazer muitos mais pontos”, analisou esta sexta-feira José Couceiro, na antevisão da recepção ao Benfica, citado pela Lusa.

O histórico dos embates entre as duas equipas na Amoreira é totalmente favorável aos visitantes, que perderam apenas uma vez no campo do Estoril e há 68 anos. Nas restantes 24 partidas disputadas, os “encarnados” venceram 19 e empataram cinco. Mas a tradição não preocupa Couceiro: “Apesar de ser um jogo com motivações diferentes, porque vamos defrontar o campeão nacional, não podemos ter receio, ou uma atitude de maior medo, de não querermos a bola... Nós queremos, queremos jogar, queremos tentar impor o nosso jogo.”

Apesar de concordar que o Estoril tem de melhorar ainda em muitos aspectos, o técnico considera que a equipa tem um modelo de jogo próprio e que não quer alterar em função do peso do nome do adversário. “Por defrontarmos uma equipa de grande dimensão não é motivo para alterarmos o nosso modelo de jogo, portanto, não vamos alterar. Há questões estratégicas? Obviamente que sim, para tentar anular os pontos mais fortes do Benfica, mas apenas isso e não mais.”

Para a partida com os “encarnados”, Couceiro já pode contar com o ex-benfiquista Javier Balboa, recuperado de uma intervenção cirúrgica e que poderá entrar de início.