Dustin Brown confirma mau momento de Rafael Nadal

João Sousa também foi eliminado do Torneio de Wimbledon na variante de pares.

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Dustin Brown durante o encontro com Nadal GLYN KIRK/AFP

Exactamente há três anos, o destino de Rafael Nadal em Wimbledon começou a ser traçado. Depois de cinco finais consecutivas, o espanhol perdeu na segunda ronda com Lukas Rosol, então 100.º do ranking; no ano seguinte, foi eliminado na primeira eliminatória com Steve Darcis (135.º); em 2014, perdeu na quarta ronda com Nick Kyrgios (144.º); nesta quinta-feira, foi afastado por Dustin Brown (102.º).

“Não é o fim. É um momento triste para mim, mas a vida continua e a minha carreira também. Tenho que continuar e trabalhar mais do que nunca”, admitiu Nadal (10.º do ranking), depois de sair do mítico court central do All England Club vergado pelos parciais de 7-5, 3-6, 6-4 e 6-4. Embora tenha estado longe do seu melhor, muita da ineficácia do ex-número um mundial deveu-se à táctica de Brown (70.º), um dos oito tenistas com um registo 100% positivo frente a Nadal – vitória (6-4, 6-1) no torneio de Halle de 2014, igualmente em relva. O alemão de 30 anos, filho de pai jamaicano, jogou com o objectivo de quebrar o ritmo ao espanhol, fosse com o forte serviço e subidas à rede, ou com os amorties que arrancavam Nadal da linha de fundo, a sua zona de conforto. “Não bati três bolas seguidas da mesma maneira”, reconheceria Nadal mais tarde.

A confiança de Brown cresceu decisivamente depois de recuperar de 1-3 na partida inicial para vencer o set, onde Nadal apenas cometeu dois erros não forçados. Depois de Nadal vencer o segundo set, pensava-se que as quatro horas gastas na véspera no encontro de pares poderiam pesar nas pernas do alemão. Mas duas duplas-faltas deram um break-point a Brown que não desperdiçou para adiantar-se para 3-2 e não mais perdendo o serviço até ao fim. O destino de Nadal tomou forma quando cedeu o break logo no início do quarto set, dando uma vantagem a Brown que conservou até ao 5-4. Apesar de ter dado sinais de nervoso no primeiro ponto, Brown mostrou uma mente forte, fechando com o 13.º ás, dos 58 winners totais.

“Depois de ter cometido a pior dupla-falta ao servir para fechar o encontro, batendo para a parte de baixo da rede, disse ‘ok, vamos manter-nos agressivos’. Por isso, se houvesse uma segunda dupla-falta, seria mais forte e longa”, brincou Brown na conferência de imprensa, onde surgiu com uma t-shirt do Superman. “É fácil para mim jogar o meu ténis frente a alguém como Nadal, porque não tenho nada a perder. Tive a sorte de o defrontar na minha melhor superfície; não quereria defrontá-lo em qualquer outro lugar”, admitiu Brown, autor de 85 subidas à rede, onde ganhou 49 pontos, mais de um terço do total de 131 pontos.

Brown é uma das figuras mais carismáticas no circuito profissional, que frequentou entre 2004 e 2007 viajando numa caravana oferecida pelos seus pais. O cabelo rasta e o ténis atlético granjearam-lhe muitos fãs mas em termos de carreira, nunca passou do 43.º lugar (em 2012) e só conquistou títulos, dois, em pares. Depois da sua terceira vitória sobre um "top-10" (Nadal e John Isner), “Dreddy” vai discutir um lugar na terceira ronda com o sérvio Victor Troicki (24.º).

Ainda na parte inferior do quadro, Roger Federer venceu Sam Querrey (44.º), por 6-4, 6-2 e 6-2, e Andy Murray eliminou Robin Haase (73.º), por 6-1, 6-1 e 6-4. De fora, ficou Feliciano Lopez (16.º), surpreendido pelo georgiano Nikoloz Basilashvili (153.º): 7-5, 3-6, 6-3, 2-6 e 6-4. A jornada terminou com Ivo Karlovic a assinar 53 ases para superar Alexandr Dolgopolov, por 5-7, 6-3, 6-4, 6-7 (4/7) e 13-11.

No torneio feminino, Petra Kvitova, Agnieszka Radwanska, Caroline Wozniacki, Angelique Kerber, Sabine Lisicki e Jelena Janokovic passaram à terceira ronda.

João Sousa e Santiago Giraldo perderam na ronda inaugural de pares, frente ao croata Mate Pavic e o neo-zelandês Michael Venus, por 4-6, 6-3, 6-4 e 6-2.

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