Muguruza é uma cara nova entre as semifinalistas

Novak Djokovic teve de aplicar-se para eliminar Kevin Anderson e chegar aos quartos-de-final em Wimbledon.

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Os festejos de Muguruza após conseguir um lugar nas meias-finais Suzanne Plunkett/Reuters
Após quase quatro horas, Djokovic conseguiu bater Anderson
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Após quase quatro horas, Djokovic conseguiu bater Anderson ADRIAN DENNIS/AFP

Foi no final de 2014 que Garbine Muguruza teve de decidir-se pela nacionalidade espanhola. Nascida em Caracas há 21 anos, filha de pai espanhol, a tenista esteve hesitante, mas a possibilidade de se qualificar para os Jogos Olímpicos pesou mais, em detrimento da Venezuela, onde reside grande parte da família. E assim, depois de eliminar Timea Bacsinszky, Muguruza é a quarta espanhola a chegar às meias-finais em Wimbledon e a primeira desde Arantxa Sanchez Vicario em 1997.

A hispano-venezuelana já tinha sido quarto-finalista em Roland Garros (em 2014, depois de eliminar Serena Williams, e este ano), mas nunca acreditou que o seu jogo se adaptasse tão bem à relva, onde só tinha ganho nove encontros em toda a carreira, e, em especial a Wimbledon, onde ganhou somente dois encontros nas três participações anteriores. Mas todo o seu jogo ofensivo é um trunfo neste piso rápido e ao longo da quinzena já provocou vítimas sonantes entre as “top 10”: Angelique Kerber (10.ª), semifinalista em 2012 e quarto-finalista no ano passado, e Caroline Wozniacki, actual número cinco do ranking. Na terça-feira, necessitou de menos de hora e meia para derrotar Bacsinszky (15.ª), por 7-5, 6-3.

“Fiquei surpreendida por passar a barreira dos quartos em Wimbledon, mas estou a jogar muito bem e a superfície ajuda-me. A meia-final será o encontro mais importante da minha vida, mas não me vai subir à cabeça. Não vou mudar nada e pensar apenas nesse encontro”, assegurou Muguruza. A espanhola vai estrear-se nas meias-finais de um major diante da experiente Agnieszka Radwanska, finalista em Wimbledon em 2012. A polaca, actual 13.ª no ranking, já garantiu o regresso ao “top 10”, ao ultrapassar Madison Keys. Radwanska passou por grandes problemas para sobreviver aos 48 winners da norte-americana, mas acabou por ser a mais consistente — Keys cometeu 40 erros não-forçados (21 no primeiro set e 12 no terceiro) — para vencer, por 7-6 (7/3), 3-6 e 6-3.

Na outra meia-final, irá assistir-se ao 20.º episódio do clássico Serena-Sharapova. A líder do ranking voltou a sentir grandes dificuldades diante de Victoria Azarenka (24.ª), mas, tal como nos dois outros duelos disputados este ano, Serena encontrou o seu nível de jogo a tempo de vencer, por 3-6, 6-2 e 6-3, com 46 winners (dos quais 17 ases). Frente a Sharapova, as probabilidades de sucesso de Serena são grandes: só perdeu duas vezes, ambas em 2004, ano em que a russa triunfou em Wimbledon. Sharapova (4.ª) também cedeu um set, 6-3, 6-7 (3/7) e 6-2, diante de Coco Vandeweghe (47.ª), mas ao fim de duas horas e 46 minutos, pôde celebrar a sua 20.ª meia-final num major.

A jornada no court n.º 1 começou com o recomeço do duelo entre Novak Djokovic e Kevin Anderson, que as três horas e quatro sets da véspera não decidiram. Ao fim de 44 minutos adicionais, Djokovic ofereceu um bom presente ao treinador, Boris Becker, que celebrava o 30.º aniversário da conquista do primeiro de três títulos em Wimbledon. Anderson voltou a ameaçar, mas não concretizou nenhum dos dois break-points e, a 5-5, duas duplas-faltas ofereceram a única oportunidade de break que o sérvio não desperdiçou. “Este foi um dos encontros mais difíceis que já disputei em Wimbledon em toda a carreira. No quinto set, foi ténis de alto nível”, disse Djokovic que, hoje, discute um lugar nas meias-finais com o croata Marin Cilic, o terceiro melhor na contabilidade de ases (99) nesta edição.

Nuno Borges (48.º no ranking sub-18), o único dos dois tenistas portugueses a passar a ronda inicial do torneio de juniores, perdeu frente ao actual número três, Michael Mmoh, por 6-1, 6-2.

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