Desta vez, Beto ainda complicou a vida ao Sevilha

Golos do Zenit contaram com a colaboração do guarda-redes português, mas os espanhóis seguem em frente (2-2). Os italianos e o Dnipro também.

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Olga Maltseva/AFP

O actual detentor do troféu está novamente nas meias-finais da Liga Europa. O Sevilha, que provavelmente sofreu mais do que o necessário, numa noite infeliz do guarda-redes Beto, empatou no terreno do Zenit S. Petersburgo (2-2) e apurou-se para a fase seguinte da prova, juntamente com os ucranianos do Dnipro e com os italianos do Nápoles e da Fiorentina.

O jogo mais português da eliminatória opunha o Zenit de André Villas-Boas, Neto e Danny ao Sevilha de Beto, Daniel Carriço e Diogo Figueiras (não saiu do banco). Os andaluzes viajavam para a Rússia com um golo de vantagem (2-1) e cedo ficaram ainda mais confortáveis na segunda mão dos quartos-de-final. Primeiro erro lusitano do jogo: aos 6’, Neto tem uma entrada fora de tempo sobre Vitolo, na área, e comete grande penalidade. Carlos Bacca não desperdiça.

O Zenit estava agora obrigado a correr ainda mais atrás do resultado, mas tinha dificuldades em vencer a última linha da defesa espanhola, sempre bem organizada e com Mbia a servir de primeiro tampão no sector mais recuado do meio-campo. Não é de estranhar, por isso, que se tenham multiplicado os remates de meia distância, com Hulk à cabeça (o Zenit terminou o encontro com 24 remates contra 10 do Sevilha).

Mais golos, porém, só no segundo tempo. Erro português número dois: aos 48’, Shatov faz um cruzamento largo para a área, a bola vai na direcção da baliza e Beto aborda mal o lance. Rondón, oportuno, na pequena área, aproveita o deslize e empata a partida.

O Zenit ficava a um golo de igualar a eliminatória e esteve perto de o conseguir num par de ocasiões, mas precisou do terceiro erro português para fazer o 2-1. Aos 72’, uma bola bombeada por Hulk, de muito longe, apanha Beto um pouco adiantado e já sem tempo para reagir devidamente. O guarda-redes que tinha sido o herói da final da Liga Europa da época passada, travando o Benfica nos penáltis, complicava desta vez a vida ao Sevilha.

Carregava um pouco mais o Zenit (e Hulk ainda levou Beto a minorar os danos, com uma grande defesa a uma mão, para canto), mas quem decidiu o jogo foi um lusodescendente. Unay Emery trocou de avançados aos 75’ e lançou Kevin Gameiro em campo. A aposta deu frutos dez minutos depois, num lance perfeito de contra-ataque finalizado com classe pelo antigo goleador do Lorient e do PSG.

Era a machadada final nas aspirações do Zenit, que se junta ao Dínamo Kiev, ao Wolfsburgo e ao Club Brugge (treinado por Michel Preud'Homme) no lote dos clubes que ficam de fora das meias-finais.

Os alemães já tinham hipotecado as aspirações no jogo da primeira mão, ao sofrerem uma goleada em casa (4-1), e nesta quinta-feira pouco conseguiram fazer para limpar a imagem. Ainda estiveram a perder por 2-0, no Estádio San Paolo (golos de Callejón e Mertens), mas chegaram ao empate em três minutos (2-2), por Klose e Perisic, com todos os golos a serem apontados no segundo tempo.

De braço dado com o Nápoles, segue em frente a Fiorentina, que viu a vida ficar facilitada aos 40’, quando Jeremain Lens foi expulso por simulação, com duplo amarelo — a decisão é muito duvidosa, até porque parece haver contacto com o defesa no momento da queda. Depois do 1-1 alcançado em Kiev, os italianos ficaram mais confortáveis a jogar contra dez e facturaram no final do primeiro tempo (Mario Gómez, 43’) e do segundo (Vargas, 90+4’), fechando o encontro com 2-0.

Com a queda do Dínamo, foi o Dnipro a salvar a honra da Ucrânia na eliminatória. Shakhov, aos 82’, pôs fim às dúvidas sobre o vencedor de um braço-de-ferro com o Club Brugge que foi sempre muito nivelado, no decorrer das duas mãos. E ofereceu ao clube a primeira presença da sua história numa meia-final europeia.

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