Há três anos, Juan Martin del Potro foi semifinalista em Wimbledon. E há três anos que o argentino não chegava à terceira ronda no Grand Slam britânico. Quatro cirurgias a ambos os pulsos depois de vencer o Open dos EUA de 2008, Del Potro ainda não se sente a 100%, mas está no caminho certo, pois continua a derrotar bons adversários, como foi nesta sexta-feira o caso de Stan Wawrinka, número quatro do ranking.

“É como a minha segunda ou terceira carreira na minha vida e agora estou a disfrutar do ténis outra vez. É uma grande sensação e sinto-me vivo”, disse após derrotar Wawrinka, por 3-6, 6-3, 7-6 (7/2) e 6-3. “Sinto-me tão feliz por estar a jogar ténis outra vez e quando se vence estes tipos, tudo muda de uma forma positiva”, frisou.

Del Potro ainda não tem total confiança a bater a esquerda a duas mãos, mas a outra opção revela-se bastante eficaz na relva. “A minha esquerda não está a 100%, estou a ‘cortá-la’ muito. Espero estar melhor no futuro mas, para este ano, o meu maior desafio é terminar saudável e pronto para fazer uma boa preparação a próxima época”, avançou o argentino de 27 anos.

Pelo segundo ano consecutivo em Wimbledon, Novak Djokovic está com uma desvantagem, de 0-2 em sets. Sam Querrey (41.º) venceu o set inicial no tie-break e, sem ceder o serviço, fechou o segundo, por 6-1, com o oitavo ás. A chuva obrigou ao adiamento do encontro, no qual Djokovic vai tentar recuperar de 0-2 em sets pela quinta vez na carreira. Neste sábado, é também o dia agendado para o duelo entre João Sousa (31.º) e o checo Jiri Vesely (64.º).

Graças ao tecto do court central, a chuva não incomodou Roger Federer na vitória sobre Daniel Evans (91.º), por 6-4, 6-2 e 6-2, a caminho dos oitavos-de-final. Tomas Berdych e Jo-Wilfred Tsonga, John Isner e Nick Kyrgios qualificaram-se para a terceira ronda.

No torneio feminino, foram as irmãs Williams a serem testadas. Serena começou por recuperar de 2-4 para 4-4 diante da também norte-americana Christina McHale (65.º), antes de a chuva obrigar ao fecho do tecto do central. Mas foi a mais jovem das duas a melhor no tie-break. E Serena recebeu uma advertência por destruir a raqueta quando se sentou. A líder do ranking reagiu como é habitual e dominou a segunda partida. No set decisivo, o equilíbrio durou até ao 4-4 (40-40). Um break e um jogo em branco, com três ases consecutivos – ultrapassou os 800 em Wimbledon – deu a vitória a Serena, por 6-7 (7/9), 6-2 e 6-4.

Venus Williams, a mais velha tenista do quadro com 36 anos, venceu o mais longo terceiro set da sua carreira para eliminar a russa de 19 anos, Daria Kasatkina, a última teenager sobrevivente, por 7-5, 4-6, 10-8, num encontro de duas horas e 41 minutos de jogo, com cinco interrupções provocadas pela chuva.

As condições atmosféricas obrigaram mesmo à decisão de se programarem encontros para este domingo, o tradicional dia de descanso, tal como em 1991, 1997 e 2004.