O antigo futebolista Costinha afirmou que José Mourinho foi “mais do que determinante” para aceitar o convite para treinar o Beira-Mar, 15.ª e penúltimo classificado da I Liga, na apresentação oficial enquanto técnico dos aveirenses. “Há muito tempo que o 'mister' me está a incitar para treinar e não escondo que quando recebi a chamada do Beira-Mar foi a primeira pessoa com quem falei e da qual recebi apoio”, afirmou o sucessor de Ulisses Morais no comando técnico dos “aurinegros”.

Costinha, de 38 anos, sublinhou que Mourinho “queria que fosse para o campo”, pois acredita no seu “factor de liderança e conhecimento táctico”, mas que o importante foi ter começado “a ganhar o bichinho de treinar”. “Curiosamente, a única vez em que se ouviu falar em conflitos entre mim e jogadores foi quando estava no Sporting como director, conflitos que não existiram”, assegurou o técnico, que acrescentou ter sido “sempre um jogador conciliador”.

Esses foram os motivos para aceitar o convite do Beira-Mar, que classificou como uma “proposta arrojada, tentadora e difícil”, apesar de garantir ser “uma pessoa de projectos difíceis” e de ambicionar “fazer parte da história do clube”.

Na sua estreia como treinador, Costinha prometeu ser um treinador “de grupo” e “disponível”, ressalvando: “Gosto muito do José Mourinho, mas não gosto de cópias”. “O ‘mister’ é o melhor treinador do Mundo e é óbvio que me vai ajudar em muitas coisas, até pelo que vivi com ele, mas também com outros treinadores, mas tenho as minhas próprias ideias”, frisou.

O técnico ressalvou que quer “uma equipa alegre, que jogue futebol, que não se contente só com o ponto e que não vá com o 'autocarro' para nenhum campo” pelo que se definiu como “arrojado quanto baste” e preocupado também em “divertir as pessoas”.

Sem querer traçar metas para a carreira, Costinha destacou que é “extremamente ambicioso” mas neste momento o seu principal objectivo passa por “vencer o Vitória de Setúbal, que é o próximo adversário do Beira-Mar”. O treinador só pensa em “ajudar o Beira-Mar a conseguir a permanência na I Liga e entrar no primeiro jogo com o pé direito”, mas garantiu que se assumiu a carreira de treinador foi para ter sucesso.

Para contrariar o ciclo negativo do Beira-Mar, o técnico prometeu tentar “limpar a descrença da cabeça dos jogadores, dar-lhes novo ânimo e fazê-los acreditar que com trabalho, ambição e união é possível inverter esta situação”.

Costinha iniciou esta segunda-feira o trabalho no comando técnico do Beira-Mar, após experiências como director desportivo do Sporting e dos suíços do Servette.