Corinthians constrói cemitério para adeptos em São Paulo

O espaço terá uma réplica de um campo de futebol, que se chamará "Meu amor".

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O preço de um jazigo para um "corinthiano para sempre" varia entre 1384 e 2398 euros AFP PHOTO / TOSHIFUMI KITAMURA

Sob o lema "para quem é Corinthians do início ao fim", a equipa brasileira de futebol está a construir um cemitério destinado a adeptos, em parceria com uma empresa do sector funerário.

O projecto "Corinthians para sempre" inclui um cemitério de 402 mil metros de área e aproximadamente 70 mil espaços para sepulturas, na cidade de Itaquaquecetuba (região metropolitana de São Paulo). A previsão de abertura é no segundo semestre de 2015.

Segundo o Grupo Memorial, parceiro da equipa no empreendimento, o cemitério possuirá uma réplica de um campo de futebol, com demarcações e balizas, que se chamará "Meu Amor". Outras duas áreas reservadas para os jazigos vão ser denominadas "Minha Vida" e "Minha História", em referência a uma das principais músicas de apoio à equipa ("Corinthians/ Corinthians minha vida/ Corinthians minha história/ Corinthians meu amor").

Com este projecto, o Corinthians "imita" os projectos de outros clubes como os argentinos do Boca Juniors e os alemães do Schalke 04. As equipas espanholas do FC Barcelona e do Atlético de Madrid possuem memoriais para depósito de cinzas debaixo das bancadas dos seus estádios. O Benfica também tem um acordo com a Servilusa que prevê descontos de 12% para os seus adeptos, bem como um funeral com um toque benfiquista.

O preço de um jazigo para um "corinthiano para sempre" varia entre 4500 e 7800 reais (entre 1384 e 2398 euros). O adepto pode ainda optar por ter uma cerimónia corinthiana, com flores pretas e brancas (cores da equipa) e ter um caixão personalizado com o escudo do "Timão" e uma bandeira.

O auxiliar de enfermagem João Geraldo da Silva, de 38 anos, já reservou o seu lugar. "A paixão pelo clube levou-me a comprar. E cada um demonstra esse carinho de um jeito. Uns vão ao aeroporto ver os atletas, outros viajaram para o Japão para o Mundial, e eu quis comprar o jazigo", disse.

Geraldo da Silva referiu ainda que alguns de seus amigos não aprovam sua aquisição, porque "acham que é louco comprar [o jazigo], porque ninguém quer prever a morte". O auxiliar de enfermagem disse ainda que será uma "honra" ser enterrado ao lado de grandes nomes da história do Corinthians. "Não tive contacto com eles em vida, quem sabe morto. As pessoas vão visitar o túmulo dele e, sem querer, vão passar pelo meu", disse.

Segundo Geraldo da Silva, que disse querer assistir ao primeiro funeral no cemitério, os corinthianos, depois de mortos, vão poder cantar "Aqui tem um bando de mortos", ao invés do tradicional "Aqui tem um bando de loucos".

Já no ano passado, o clube anunciou que oferecia o velório e o funeral aos adeptos mais fervorosos.

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