Como Miramar subiu ao pódio do Europeu de Clubes

Leonor Bessa, Inês Barbosa e Joana Silveira mostraram o seu valor em Budapeste

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Leonor Bessa, Inês Barbosa, Joana Silveira, as três representantes de Miramar / © Filipe Guerra

O Club de Golf de Miramar foi 3.º classificado no Campeonato da Europa de Clubes Feminino, o designado European Ladies Club Trophy, que a Federação Húngara de Golfe organizou no Old Lake Golf Club, em Tata, a cerca de 40 minutos de Budapeste. 

Estiveram presentes os 14 melhores clubes do continente, em representação da Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Islândia, Luxemburgo, Holanda, Portugal, Eslováquia, Espanha, Ucrânia, País de Gales e Hungria. 

Embora a Associação Europeia de Golfe (EGA) não tenha registos históricos que nos permitam dizer sem quaisquer dúvidas tratar-se de um recorde nacional, é provável que o 3.º lugar da equipa liderada pelo treinador Nelson Ribeiro possa ser a melhor classificação de uma equipa feminina portuguesa nesta competição. 

Miramar, que se qualificou para este evento ao vencer o Campeonato Nacional de Clubes Solverde em 2014, levou três jogadoras à Hungria, Leonor Bessa, a campeã nacional de sub-18 e recente vencedora da Taça FPG/BPI, Inês Barbosa e Joana Silveira, respetivamente campeã e vice-campeã nacional de sub-16. 

A coletividade de Vila Nova de Gaia totalizou 436 pancadas, 16 acima do Par, depois de jornadas de 144, 144 e 148. Miramar chegou a andar no 2.º lugar aos 36 buracos, mas na última volta foi ultrapassada pelo clube campeão da Alemanha e terminou a 3 pancadas do Golf & Landclub Berlin-Wannsee (142-147-144). 

O título de campeão europeu foi pelo segundo ano seguido para as francesas do Racing Club France La Boulie, o único a bater o Par do campo aos 54 buracos, com 415 (144+136+135), -5. 

O Racing tem um historial fortíssimo nesta competição, já no ano passado, na Alemanha, vencera com 3 pancadas abaixo do Par e esta foi a sétima vez que se sagrou campeão europeu de clubes femininos (1995, 1996, 1997, 2005, 2007, 2014 e 2015), para além de dois títulos de vice-campeão (2009 e 2008). 

“Para nós, enquanto clube, é muito gratificante conseguirmos alcançar um pódio num campeonato europeu. Ajuda-nos a perceber se a estratégia delineada se aproxima ou não dos objetivos previamente definidos. Teremos de continuar humildes e de perceber que ainda existe muito caminho até conseguirmos alcançar uma vitória, mas também sabemos, a partir deste momento, que estamos a ir no caminho certo”, disse Nelson Ribeiro, que já sabe que voltará a liderar Miramar no próximo ano, uma vez que o seu clube voltou a ganhar no Campeonato Nacional de Clubes Solverde em 2015. 

“Foi bom termos ficado no pódio, mas sentimos que poderíamos ter feito um brilharete se as coisas tivessem corrido um bocadinho melhor. Estamos contentes e com vontade de voltar a este torneio para vencer”, referiu, por seu lado, a melhor jogadora portuguesa, Leonor Bessa. 

Na classificação individual, que se reveste de muito menos importância neste torneio, mas que é um bom indicador do valor das jogadoras portuguesas, Leonor Bessa também andou no 2.º lugar aos 36 buracos, depois de uma boa segunda volta de 67 (-3), para juntar à inicial de 72 (+2). A melhor jogadora amadora portuguesa da atualidade terminou num positivo 4.º posto, entre 42 competidoras, depois de uma volta final de 74 (+4), que lhe deu um agregado de 213 (+3). 

As outras duas portuguesas obtiveram classificações relevantes. Joana Silveira foi 13.ª (empatada com a espanhola Paula Neira), com 227 (74-79-74), +17, e Inês Barbosa foi 17.ª (empatada com a eslovaca Katarina Drókarová) com 230 (72-77-81), +20. 

Note-se que o regulamento ditou que em cada volta eram aproveitados os dois melhores resultados de cada equipa, do máximo possível de três. 

Só duas jogadoras bateram o Par do campo no final das três voltas, ambas francesas e a melhor foi Mathilde Claisse com 207 (74+68+65), -3. 

DECLARAÇÕES DAS JOGADORAS PORTUGUESAS 

LEONOR BESSA 

“Foi uma ótima experiência para os quatro (três jogadoras e o treinador) porque nunca tínhamos jogado este torneio. O meu primeiro dia foi mais ao menos. Fiz alguns boggeys (4) e os birdies (total de 2) não entraram. No segundo dia foi um bom dia de golfe em que fiz 6 birdies e 1 boggey. Fiz também 1 duplo boggey no 15, que estragou um pouco a prestação, visto que vinha a -5 para o 15. Foi o meu melhor resultado de sempre em torneios internacionais (67). Hoje, nos primeiros sete buracos, tive quatro oportunidades de birdie acessíveis e nenhuma entrou. Fiquei um bocado desanimada mas consegui recuperar com 2 birdies seguidos no 9 e 10. Depois, tentei estabilizar o jogo até aos buracos 13 e 14 que supostamente eram os mais acessíveis da volta para fazer birdies mas fiz 2 bogeys de que não estava nada à espera. Nos últimos quatro buracos acabei com 4 pares. O resumo que faço dos três dias é positivo, apesar de sentir que estou cada vez mais próximo de grandes resultados. Mas ainda tenho de aprender bastante e de saber lidar com algumas situações.” 

JOANA SILVEIRA 

“Gostei muito de jogar este torneio, foi uma experiência muito agradável e como foi por equipas é sempre diferente e divertimo-nos muito. No primeiro dia fiz 4 acima, mas poderia ter jogado melhor. Comecei com 2 bogeys e acabei com 2 bogeys. No segundo dia fiz 9 bogeys e não correu como eu queria porque falhei muitos tee shots. Hoje já joguei melhor comparado com ontem, não cometi tantos erros, mas só fiz 1 birdie. Espero poder voltar para o ano para jogar o torneio.” 

INÊS BARBOSA 

“No primeiro dia joguei muito bem e consegui manter-me muito tranquila e focada durante todo o jogo. No segundo dia comecei mal com +7 ao fim de seis buracos e depois fiz os restantes a Par de campo, conseguindo segurar bem o resultado. No terceiro dia joguei mal, mas como a Joana e a Leonor jogaram, bem conseguimos fazer um agregado bom no último dia. Fiquei muito feliz por fazer parte desta equipa espectacular e penso que a medalha de bronze foi uma óptima forma de sermos recompensadas por todo o trabalho que temos feito ao longo da época. Quero agradecer a Leonor a Joana e ao Nelson por terem tornado este momento possível.”

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