Com ou sem pai, Bernard Tomic repete presença nos oitavos-de-final

O tenista australiano está a conseguir concentrar-se no ténis apesar do mau comportamento do seu progenitor.

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Bernard Tomic festeja com o seu triunfo sobre Gasquet Eddie Keogh/Reuters

Nos últimos anos, Bernard Tomic tem sido apontado como a maior esperança do ténis australiano, que tantos campeões produziu no passado. Nos últimos dias, no entanto, o tenista de 20 anos tem sido notícia pelo mau temperamento do seu pai — John Tomic aguarda julgamento por ter agredido violentamente o parceiro de treino do filho em Madrid, no início de Maio, e está proibido de entrar nos recintos dos principais torneios de ténis. Mas Bernard não perdeu as suas capacidades e neste sábado, qualificou-se para os oitavos-de-final do torneio de Wimbledon.

Apesar de não querer falar sobre o assunto, o tenista acabou por ceder às repetidas questões dos jornalistas, após a vitória sobre o francês Richard Gasquet (9.º), por 7-6 (9/7), 5-7, 7-5 e 7-6 (7/5).

“Quando saio do recinto estou com o meu pai, que me ajuda no torneio. Estamos a fazer as coisas correctas e o meu pai ainda está envolvido”, assegurou Bernard Tomic (59.º), que igualou o seu melhor resultado em Wimbledon, há dois anos, quando veio do qualifying.

O jogador, que já chegou ao 27.º lugar do ranking, admitiu que é difícil olhar para as bancadas e não ver lá o pai, que está em Londres mas tem a sua entrada no All England Club proibida, ao contrário do que aconteceu há duas semanas, no torneio de Queen’s, em que pôde entrar após comprar bilhete. Apesar do incidente no Paseo de la Castellana, que terminou com a relação com o “sparring partner” francês Thomas Drouet, Tomic não hesitou em brincar quando lhe perguntaram se ia pedir autorização para que o pai pudesse entrar no All England Club: “Talvez o meu pai já cá esteja dentro, talvez apenas vocês não o consigam ver.”

Neste sábado, Tomic serviu muito bem para derrotar Gasquet, top 10 francês, mas admitiu o nervoso. “Joguei muito bem. Foi a primeira vez que joguei no central e estava muito nervoso. Espero lá voltar”. E o australiano poderá fazê-lo na próxima ronda, já que vai defrontar Tomas Berdych (6.º). “Vou defrontar alguém que já esteve na final deste torneio antes. Não vai ser fácil. Ele pode vencer Federer, Djokovic, qualquer um”, adiantou Tomic.

Embora com alguns problemas num ombro, Berdych afastou o sul-africano Kevin Anderson (23.º), por 3-6, 6-3, 6-4 e 7-5. Outro duelo interessante nos “oitavos”, será o que vai ocorrer entre o líder do ranking, Novak Djokovic, e o veterano Tommy Haas. Djokovic venceu o campeão júnior de Wimbledon em 2005, o francês Jeremy Chardy (25.º), por 6-3, 6-2 e 6-2, e Haas (13.º) ultrapassou o melhor voleador espanhol, Feliciano Lopez (32.º), por 4-6, 6-2, 7-5 e 6-4.

Juan Martin del Potro, Fernando Verdasco e David Ferrer estão igualmente nos oitavos-de-final.

No torneio feminino, Petra Kvitova (8.ª), a mais cotada das tenistas na parte inferior do quadro, venceu a russa Ekaterina Makarova (27.ª) num encontro interrompido na véspera, primeiro pela chuva, depois, pela falta de visibilidade. No recomeço, a checa recuperou de um break de desvantagem no terceiro set, graças a um ténis que recordou o título conquistado aqui em 2011 e ganhou, com os parciais de 6-3, 2-6 e 6-3. “É difícil para mim manter um nível alto durante todo o encontro. Joguei muito bem em 2011, tudo entrava. Este ano não é a mesma coisa, há momentos em que não jogo bem, às vezes tenho problemas com o meu serviço e faço duplas-faltas”, reconheceu Kvitova.

Serena Williams bateu Kimiko Date-Krumm (84.ª), 42 anos por 6-2, 6-0.

Apurada ficou também a britânica Laura Robson (38.ª), que está pela primeira vez nos oitavos-de-final de Wimbledon.

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