Clubes espanhóis geram 2,3 mil milhões de euros

Aumento das receitas de TV e das transferências com jogadores contribuem para a saúde financeira da Liga espanhola.

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O número de espectadores nos estádios também cresceu em Espanha na última temporada CURTO DE LA TORRE/AFP (arquivo)

A grave crise económica que atingiu a Espanha nos últimos anos não teve repercussões dramáticas no sector do futebol. Pelo contrário: no final da temporada de 2013-14, os clubes profissionais geraram receitas de 2,328 mil milhões de euros, mais 5,4% do que no ano desportivo anterior, segundo dados divulgados esta quarta-feira pela Liga de Futebol Profissional. Os aumentos das receitas televisivas (844 milhões de euros na última época), e o significativo crescimento das verbas resultantes das transferências de jogadores (268 milhões de euros, que representam um crescimento de 92,3% em relação a 2011-12), são os principais contribuintes para o bom desempenho.

Em sentido contrário, verificou-se uma redução das despesas durante o período em análise – as temporadas de 2011-12, 2012-13 e 2013-14 -, situando-se nos 2,172 mil milhões de euros (uma diminuição global de 2,7%), com mais de metade deste valor, 51%, a relacionar-se com salários de jogadores. Esta conjuntura positiva permitiu também aos clubes reduzir as suas dívidas em 558 milhões de euros no espaço de três anos. Estas passaram de 3,315 mil milhões de euros em 2011-12 para os actuais 2,757 milhões de euros.

A esmagadora maioria das receitas é gerada pelos clubes da I Liga, que representam, no seu conjunto, 2,170 mil milhões de euros, em 2013-12 (1,968, em 2011-12), contra 157,9 milhões de euros respeitantes aos 18 emblemas da II Liga (128,8, em 2011-12).

A crise em Espanha e os seus reflexos nos orçamentos familiares não afastou os adeptos dos estádios, verificando-se até um aumento de 3% ao nível das assistências entre 2012-13 e 2013-14, tendo ultrapassado ligeiramente os 13 milhões de espectadores na última época (mais 378,6 mil). Indicadores optimistas para o futebol num país onde o número de espectadores em salas de cinema decresceu de 94,2 milhões em 2011 para 78,8 milhões em 2012 (menos 16,5%).

“A evolução das variáveis analisadas mostra claramente que o futebol profissional iniciou um caminho de melhoria que irá levá-lo, a médio prazo, a alcançar uma estrutura financeira que permite cumprir com o objectivo da sustentabilidade”, concluiu o presidente da Liga Nacional de Futebol Profissional, Javier Tebas Medrano, no texto introdutório do estudo.

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