Clubes alemães chumbam apoio tecnológico à arbitragem

Clubes das duas divisões principais da Alemanha dizem não à utilização de tecnologia na linha de golo para desfazer dúvidas de arbitragem.

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Foto: Daniel Roland/AFP

Os clubes de futebol das primeira e segunda divisões da Alemanha rejeitaram nesta segunda-feira, durante uma reunião em Frankfurt, o recurso à tecnologia que elimina dúvidas sobre se a bola passou ou não a linha de golo.

Apenas nove clubes da Bundesliga se pronunciaram a favor do recurso ao uso de sistemas tecnológicos na linha de golo, para dissipar qualquer dúvida que possa existir. No campeonato secundário, só três emblemas apoiaram a adopção da tecnologia, ficando somente a um voto (o número de votos varia de clube para clube) do mínimo de dois terços necessário para a alteração às regras. 

"Até nova ordem, este assunto está encerrado para nós", declarou o presidente da Liga alemã de futebol (DFL) e do Borussia de Dortmund, Reinhard Rauball.

O director-geral da DFL, Christian Seifert, disse, por sua vez, que "é um voto democrático que é necessário aceitar".

Entre os proponentes do uso da tecnologia estão clubes como o Bayern de Munique, o Bayer Leverkusen e o Werder Bremen.

"Vamos continuar a ter de viver com más decisões no futuro", afirmou o presidente do Bayern, Karl-Heinz Rummenigge. "Aqueles que votaram contra a tecnologia na linha de golo não devem lamentar-se mais", acrescentou.

O recurso ao uso da tecnologia, para terminar com os "golos-fantasmas" e os que não são sancionados, tem conquistado adeptos entre os alemães, devido ao acumular de erros determinantes em alguns jogos do campeonato germânico.

Em Outubro, o árbitro do jogo entre o Bayer Leverkusen e o Hoffenheim validou um golo de Stefan Kiessling que não ultrapassou a linha de baliza. O erro clamoroso, que possibilitou a vitória do Leverkusen por 2-1, motivou o debate sobre a introdução da tecnologia na arbitragem.

O campeonato inglês é, actualmente, o único que recorre à tecnologia, tendo adoptado nesta época o sistema denominado "olho de falcão", já há alguns anos em prática nos courts de ténis.

A FIFA adoptou o sistema "GoalControl-4D", que recorre à utilização de 14 câmaras de alta velocidade instaladas nos estádios, sete para cada baliza, e que permitem seguir a trajectória da bola em 3D.

O presidente da UEFA, Michel Platini, tem vindo a demonstrar reticências em relação ao uso da tecnologia na linha de golo e frequentemente reitera a sua preferência pelo julgamento humano (árbitros).

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