Os rivais empataram-se na corrida pelo título

Igualdade no “clássico” entre Sporting e FC Porto pode aumentar distância para o Benfica, que joga no sábado com o Estoril.

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Francisco Leong/AFP

O Sporting é uma equipa de evolução na continuidade, o FC Porto é de revolução quase total. Mas a ambos pedem-se resultados imediatos para responder à ambição que demonstram. E nesta sexta-feira, em Alvalade, foi exactamente o que aconteceu. Os “leões” mostraram-se candidatos na primeira parte, os “dragões” deram a sua melhor face na segunda e o resultado acabou no empate (1-1) no “clássico” da 6.ª jornada da Liga portuguesa. A diferença entre os dois continuou na mesma (dois pontos de vantagem para o FC Porto), mas ambos podem ficar mais longe do líder Benfica, que hoje tem uma deslocação sempre complicada à Amoreira, para defrontar o Estoril. Dois dados a reter: o Sporting continua sem perder, depois de já ter defrontado Benfica e FC Porto, mas empata mais do que ganha (sempre por 1-1); o FC Porto também continua sem perder, mas já não ganha há três jornadas consecutivas e sai de Alvalade sem vencer pelo sétimo ano consecutivo.

Lopetegui foi fiel à sua estratégia habitual de fazer várias alterações, incluindo, desta vez, Ricardo Quaresma. Quanto a Marco Silva, apenas promoveu o regresso de Carrillo ao “onze”, para o lugar de Capel, mantendo Jonathan Silva no posto que costuma ser de Jefferson. Antes que se pudesse ver o que quer que fosse do jogo, aconteceu o golo. Pressão “leonina” no meio-campo, perda de bola portista e uma jogada de insistência de Nani leva a jogada até ao flanco. Carrillo efectua o cruzamento e Jonathan Silva, sem grande marcação, faz o golo.

Tinha passado exactamente 1m23s após o primeiro apito de Olegário Benquerença e a bola já estava a regressar ao centro do terreno. Mas o Sporting fez por merecer essa vantagem obtida de forma tão inesperada, com um meio-campo de elevada rotação em que havia mais William Carvalho em relação aos últimos tempos, muito Adrien Silva e João Mário a confirmar todas as suas credenciais. Mas eram Nani e, principalmente, Carrillo a dinamitarem a estratégia portista.

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A vantagem podia ter crescido rapidamente. Minuto 9, João Mário obriga Fabiano a uma grande defesa e, aos 15’, o jovem médio sportinguista cabeceia ligeiramente ao lado após cruzamento de Carrillo. O FC Porto demorou muito a sair do seu meio-campo e só alguns flashes de Brahimi e Quaresma davam algum trabalho à defesa sportinguista. Mas a melhor oportunidade para o marcador funcionar voltou a pertencer ao Sporting, com mais um cruzamento de Carrillo, que Nani desperdiça aos 36’.

Os sinais de retoma portista foram alguns, mas pouco expressivos para colocarem em causa o domínio “leonino” na primeira parte. Lopetegui não esperou mais do que o intervalo para mudar muita coisa. Ficaram no balneário Quaresma e Rúben Neves, entraram Tello e Óliver, e o jogo mudou totalmente de sentido. O ex-Barcelona fez um ensaio logo na primeira jogada, mas sem consequências de maior. Aos 49’, Jackson apareceu na cara de Rui Patrício após um grande passe de Brahimi, mas o guarda-redes fez uma enorme defesa face ao colombiano, corrigindo a falha tremenda da dupla de centrais.

O golo do empate parecia inevitável e aconteceu aos 56’ — Danilo ganha o flanco, consegue o cruzamento e Naby Sarr faz autogolo. Era o FC Porto a fazer justiça à maior profundidade do seu plantel e o Sporting simplesmente já não tinha a mesma pedalada no meio-campo que mostrara antes.

No meio do domínio portista, uma oportunidade de ouro para o Sporting voltar ao comando do resultado. Capel, que entrara para o lugar de Carrillo, dispara de fora da área após um livre indirecto e a bola bate na trave de Fabiano, aos 79’. Foi o melhor que o Sporting conseguiu fazer na segunda parte.

A esta única verdadeira oportunidade de golo dos homens da casa, o FC Porto respondeu com três. Herrera, aos 82’, obriga Rui Patrício a mais uma grande defesa, Jackson, aos 89’, faz uma habilidade com o calcanhar que só não entra porque Maurício estava no caminho — o corte terá sido feito com o braço e terá ficado um penálti por marcar —, e Tello, aos 91’, remata ao lado com Patrício fora do lance. O marcador não se alterou e o resultado foi um espelho fiel do jogo: dividido.

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