Cavaliers e Warriors a caminho de mais uma final?

Nesta terça-feira arranca a época regular da NBA. Ainda faltam mais de sete meses até à final, mas LeBron James contra Steph Curry (e Kevin Durant) parece ser o duelo mais provável na decisão do título.

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Curry quer roubar a bola e o título a LeBron James Bob Donnan/USA Today Sports

Entre o arranque de mais uma época regular da NBA e o primeiro jogo das finais vão passar 220 dias em que todas as 30 equipas vão fazer, pelo menos, 82 jogos, e, dependendo do que fizerem nesses 82 jogos, 16 irão fazer mais uns quantos nos play-off. Nesses sete meses e oito dias, vai fazer-se a selecção natural até só restarem duas, uma de cada conferência. Neste momento, não há ninguém que não preveja a mesma final das últimas duas temporadas, os Cleveland Cavaliers, de LeBron James, a defender o título contra os Golden State Warriors de Steph Curry e, também, de Kevin Durant.

A tarefa das restantes 28 equipas durante a época regular e os play-off será contrariar as expectativas ou, pelo menos, atrasar o progresso dos dois superfavoritos, mas uma final Cavs-Warriors parece mesmo uma inevitabilidade e, se acontecer pela terceira vez consecutiva, será uma novidade na história da NBA. A rivalidade está empatada, com um título para cada lado, depois de, nas finais do ano passado, LeBron ter levado os Cavs às costas numa improvável recuperação de 1-3 para 4-3, frente a uns Warriors que tinham vindo de uma época regular de sonho (73 vitórias e apenas nove derrotas).

Pouco depois dessa final incrivelmente perdida, os Warriors mexeram-se no mercado e conseguiram convencer o “free agent” mais desejado, nada menos que Kevin Durant, um dos melhores jogadores da actualidade, que fez a vida negra à equipa californiana durante os play-off, mas que entendeu estar a estagnar nos Oklahoma City Thunder e decidiu-se pelos Warriors depois de ter tido meia NBA atrás dele. A equipa de Oakland fez ajustes no plantel para ter folga no tecto salarial para empregar aquele que é, provavelmente, o jogador mais completo da Liga — tem médias de carreira de 27,4 pontos, sete ressaltos e 3,7 assistências.

A má notícia para os adversários é que quase todos os que eram importantes nos Warriors por lá continuam, Curry, Klay Thompson, Andre Iguodala e Draymond Green — e o treinador Steve Kerr, que conseguiu 140 vitórias em 164 jogos nas duas últimas épocas regulares. Acrescente-se Durant e há quem considere que este é o plantel mais forte da história da Liga, com tantas soluções ofensivas que qualquer adversário terá grandes dificuldades em contrariar. A pressão das grandes expectativas talvez seja mesmo o grande adversário dos Warriors e, por isso, Steve Kerr não precisa de recordes, só de cabeças e pernas frescas: “Fizemos muito na época passada, mas a busca do recorde custou-nos caro, mais ao nível mental que ao nível físico.”

Se, a Oeste, não deverá haver nada de novo quanto ao finalista, a Leste também não. Depois de ter vencido o título de campeão da NBA para a sua cidade — o primeiro título desportivo de Cleveland em 52 anos —, LeBron James não está disposto a abrandar, ele que esteve nas últimas seis finais. “O nosso objectivo é fazer tudo para conservar o título. Desde que entrei na NBA, há 13 anos, não tem sido fácil e mal posso esperar por enfrentar mais este desafio”, diz “King” James, que vai em busca do seu quarto título. Os Cavs não tiveram uma aquisição do calibre de Durant, mas mantiveram o treinador (Tyronn Lue) e o núcleo duro da equipa campeã — James, mais Kyrie Irving, Kevin Love, Tristan Thompson e JR Smith.

É sempre arriscado reduzir a luta pelo título a duas equipas, mas há quem possa fazer mossa aos candidatos. A Oeste, os San Antonio Spurs contam com os poderes de alquimia do técnico Gregg Popovich, três veteranos eternos (Tony Parker, Manu Ginobili e a novidade Pau Gasol) e duas “estrelas” de primeira grandeza (Kawhi Leonard e LaMarcus Aldridge) para não serem descartados, tal como os Los Angeles Clippers, que mantêm os seus melhores (Chris Paul, Blake Griffin, DeAndre Jordan e Paul Pierce). A Este, os Toronto Raptors, finalistas de conferência em 2016, estão na primeira linha dos desafiantes, tal como os Celtics, que vão voltando à relevância na NBA.

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