Castro com pior registo do que Fonseca num FC Porto que faz lembrar o de 2004-05

Dragões” preparam-se para fechar uma época negativa, agora apenas com a Taça da Liga no horizonte. A derrota frente ao Benfica foi a 11.ª da temporada.

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Patrícia de Melo Moreira/AFP

Quando a direcção do FC Porto decidiu rescindir o contrato com Paulo Fonseca, no início de Março, o ciclo Luís Castro chegou a alimentar as esperanças dos adeptos portistas. Por essa altura, o campeonato já era um objectivo longínquo, mas a Liga Europa e a Taça de Portugal continuavam a ser troféus apetecíveis, capazes de amenizar uma temporada cheia de turbulência. Na quarta-feira, ruiu a última ponte. Resta a Taça da Liga, prova que os dirigentes “azuis e brancos” tanto têm desvalorizado ao longo dos anos.

A eliminação da Taça de Portugal no Estádio da Luz, às mãos do Benfica - que virou a eliminatória (3-1) depois de ter saído a perder da primeira mão (0-1) - fez aumentar para quatro o número de derrotas no consulado de Luís Castro (Benfica, Sevilha, Nacional e Sporting foram os carrascos). Em 12 jogos, o treinador que saltou do FC Porto B para a equipa principal somou ainda sete vitórias e um empate. Tudo somado, não conseguiu recuperar terreno na Liga e foi afastado das provas da UEFA e do acesso ao Jamor.

Em comparação com a performance do antecessor, Castro sai a perder. É verdade que tem a desvantagem de ter apanhado o comboio em andamento, mas os números ficam aquém dos últimos e dos primeiros de Paulo Fonseca. À chegada ao Dragão, nos 12 jogos iniciais, o ex-técnico do Paços de Ferreira registou nove vitórias, um empate e duas derrotas, uma delas frente ao Atlético de Madrid, actual líder da Liga espanhola e semi-finalista da Liga dos Campeões. Na última dúzia de partidas antes do adeus ao campeão nacional, alcançou seis triunfos, três empates e três desaires.

No total, o FC Porto regista por esta altura 11 derrotas em 49 jogos distribuídos pelas diferentes competições (seis no campeonato, uma na Taça, uma na Liga Europa e três na Liga dos Campeões). Para encontrarmos um cenário idêntico, é necessário recuar até 2004-05, época em que, em 46 encontros, o clube registou os mesmos 11 desaires (mais 20 vitórias e 15 empates).

Nesse período, os “dragões” também viveram dias de intranquilidade, com três técnicos a passarem pelo banco ao longo da temporada. Luigi del Neri (que não chegou a cumprir nenhum jogo oficial), José Couceiro e Víctor Fernandez não foram além de um segundo lugar no campeonato, da quarta eliminatória da Taça e dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Curiosamente, e tal como na presente temporada, o clube conquistou a Supertaça, sob a liderança do técnico espanhol.

Um registo pior neste século só em 2001-02, época que começou com Octávio Machado ao leme e terminou com José Mourinho. Foram 16 derrotas (o máximo somado pelo clube numa só temporada) em 55 jogos, a que se juntam oito empates e 31 vitórias. Troféus? Também uma Supertaça, às custas do Boavista (1-0).

Agora, resta ao FC Porto apontar à Taça da Liga, prova que nasceu em 2007-08 e que nunca conseguiu conquistar. No dia 27, recebe o Benfica no Estádio do Dragão, nas meias-finais, sabendo que, caso consiga eliminar o rival, encontrará na final o Rio Ave. De todo o modo, não será a eventual conquista do troféu que irá aclarar um pouco uma época muito cinzenta, até porque tem sido a própria direcção do clube a depreciar a prova.

“Este é um grande objectivo para o Benfica, é a taça deles. Ainda bem que não se lesionou ninguém e não tivemos expulsões. Desta Taça da Liga já estamos livres”, ironizou Pinto da Costa, aquando da derrota com os “encarnados”, nas meias-finais de 2011-12. Dentro de dez dias, o frente-a-frente entre os dois clubes conhece um novo capítulo.

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