O FC Porto tem finalmente um novo portero: chama-se Iker Casillas

Guarda-redes espanhol vai ganhar 14 milhões de euros líquidos nas próximas duas temporadas. Clube merengue fica responsável por oito milhões, mais os impostos correspondentes.

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Casillas voltou a marcar presença neste sábado em Valdebebas AFP

Onze de Julho já era uma data especial para Iker Casillas. Neste dia, em 2010, ele e os restantes 22 da selecção espanhola sagravam-se campeões do mundo na Cidade do Cabo, na África do Sul, numa final frente à Holanda. Cinco anos depois, a 11 de Julho de 2015, o guarda-redes espanhol desvinculou-se do seu clube de sempre, o Real Madrid, e assinou pelo FC Porto um contrato para as próximas duas temporadas, com mais uma de opção. Divergências no que diz respeito impostos sobre o ordenado foram atrasando a transferência, mas neste sábado tudo ficou desbloqueado.

Depois do negócio ter sido desvendado no início da semana, a oficialização da mudança de Casillas para o Dragão foi sendo atrasada pela discordância quanto ao que o Real teria de pagar ao guarda-redes pelos dois anos de contrato que ainda tinha. Ao abrigo do acordo alcançado, Casillas irá ganhar 14 milhões de euros líquidos nas duas próximas épocas, com o Real Madrid a pagar oito milhões e os impostos correspondentes. Ao FC Porto caberá a fatia de cinco milhões, mais impostos. Haverá ainda a opção por uma terceira época, em que o guardião poderá ganhar dez milhões de euros brutos.

Chega, assim, ao fim a longa ligação de Casillas com o Real Madrid. Entrou no clube aos nove anos, chegou à primeira equipa aos 19 anos e ganhou tudo o que um jogador de futebol pode ganhar, no clube e na selecção. Deixa o Real como o segundo jogador com mais jogos da história dos merengues, 725, a 16 dos 741 de Raúl González, e com 18 títulos no currículo: cinco campeonatos, duas Taças do Rei, três Ligas dos Campeões, quatro Supertaças de Espanha, duas Supertaças europeias, uma Taça Intercontinental e um Mundial de clubes. Na selecção espanhola, em que é o mais internacional de sempre (162 jogos), conquistou dois títulos europeus e um mundial.

“Não sai apenas um dos melhores guarda-redes do nosso clube. Hoje deixa esta equipa e inicia uma nova etapa futebolística o melhor guarda-redes da história do Real Madrid e da história do futebol espanhol”, pode ler-se numa nota publicada no site oficial do clube merengue. Casillas não terá, para já, uma despedida no relvado — alguns jornais espanhóis diziam que por vontade do próprio Casillas —, mas esta poderá acontecer num eventual encontro particular no Bernabéu entre FC Porto e Real Madrid. Neste domingo, haverá apenas a leitura de uma declaração na sala de imprensa do Bernabéu. Depois, Casillas irá juntar-se ao FC Porto no estágio que está a realizar em Horst, na Holanda.

A saída de Casillas deixa o Real mais à vontade para negociar a contratação de David de Gea ao Manchester United — Kiko Casilla, do Espanyol, é o plano B. O El País escrevia neste sábado que há um acordo entre Real e De Gea e que, se a contratação não acontecer até Setembro próximo, o clube terá pagar uma indemnização de 15 milhões de euros ao guarda-redes que é também visto como o sucessor de Casillas na roja.

Empurrado pelo Real para a saída, Casillas foi desejado no FC Porto, em especial pelo técnico Julen Lopetegui, também ele um antigo guarda-redes, que lhe ligou pessoalmente para o convencer. No Bernabéu, Casillas já não era uma figura unânime do madridismo desde que José Mourinho o tornou em suplente ocasional da baliza merengue. Em Espanha diz-se que foi a partir daqui que Casillas começou a perder confiança nas suas faculdades e a cometer mais erros. Já não era um valor seguro no Real, mas no FC Porto, onde será recebido como uma “estrela”, tem tudo para o voltar a ser.

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