Canelas 2010 não entende boicote na AF Porto

Clubes recusam-se a defrontar a equipa de Vila Nova de Gaia, que acusam de actos de violência e coacção.

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O Canelas 2010 reagiu esta quinta-feira, em conferência de imprensa, à decisão, assumida em reunião secreta por 12 dos 14 clubes da Série 1 pró-nacional da Divisão de Elite da Associação de Futebol (AF) Porto, de “boicotarem” os jogos com aquele clube gaiense, decretando falta de comparência até ao final da época.

Aos motivos que presidiram à tomada de posição, adoptada “corporativamente” por todas as equipas - com excepção do Candal - o Canelas 2010 contrapôs uma argumentação baseada no facto de os jogos em que o clube intervém serem registados em vídeo, terem árbitros dos campeonatos nacionais e policiamento reforçado (destacamento de forças especiais), para além da presença de delegados e do próprio presidente da associação portuense, pelo que a acusação que visa o Canelas 2010 de criar um clima de terror, violência, ameaça e coacção nos jogos em que intervém, não convence os responsáveis do actual líder da Série 1, com seis vitórias e um empate após sete jornadas.

A estes dados acresce a tese de que este ataque dirigido ao Canelas 2010 está a afectar os cerca de 250 atletas da formação. O líder do clube de Vila Nova de Gaia, Bruno Canastro, acusa: “Isto é uma cabala e a prova são as reuniões secretas. Espero que prevaleça o bom senso”, sugere, acreditando que uma reunião de emergência com a AF Porto possa reverter este quadro.

A AF Porto, contudo, terá que sanar um problema que ameaça chegar a instâncias superiores, admitindo-se um cenário em que o Canelas 2010 possa vir a disputar o Campeonato de Portugal. Para já, além da verdade desportiva, as consequências imediatas que decorrerão da falta de comparência anunciada pelos presidentes dos 12 clubes são de carácter essencialmente financeiro, já que à derrota por 3-0 acresce uma multa pecuniária de 750 euros por cada jogo anulado.

Por força do regulamento, apenas nas duas últimas jornadas não será cumprido o “embargo”, uma vez que os clubes incorreriam numa sanção de despromoção.

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