A carreira de Nico Rosberg na Fórmula 1 chegou ao fim. O condutor alemão de 31 anos anunciou nesta sexta-feira, apenas cinco depois de se sagrar campeão mundial da modalidade pela primeira vez, que atingiu o seu objectivo e que, por isso, está na hora de abandonar.

“Escalei a minha montanha, estou no topo, portanto sinto que é a decisão certa”, escreveu no Facebook. Rosberg diz que alimentou um único “sonho” ao longo dos seus 25 anos de carreira, ser campeão do mundo – o que finalmente conseguiu no domingo passado, em Abu Dhabi, derrotando o companheiro de equipa (Mercedes) mas também rival Lewis Hamilton.

“No meio do trabalho duro, da dor, dos sacrifícios, o meu objectivo tem sido este. E agora consegui-o”, sublinha Nico Rosberg, que se estreou na Fórmula 1 em 2006 e que é filho do finlandês Keke Rosberg, também ele campeão mundial da modalidade em 1982.

Rosberg é o segundo piloto da história da Fórmula 1 a retirar-se após conquistar o título mundial. Antes do alemão, foi Alain Prost a abandonar os circuitos após conquistar em 1993, com 38 anos, aquele que seria o seu quarto e último título de campeão ao volante de um Williams, depois de uma luta intensa com o brasileiro Ayrton Senna.

Aos 31 anos, Rosberg dá por terminada (para já) a carreira, depois de 23 vitórias em 206 GP, empatado no 12.º lugar com o brasileiro Nelson Piquet. Depois de um ano como piloto de testes em 2005, Rosberg passou a ser o dono de um dos monolugares da Williams em 2006, ficando na escuderia britânica até 2009. Em 2010, mudou-se para a Mercedes, onde esteve mais sete anos, tornando-se em 2016 no primeiro piloto alemão a ser campeão numa equipa alemã e com carro alemão.

Esta decisão de Rosberg vai obrigar a Mercedes a ir ao mercado para encontrar um piloto que faça dupla com Lewis Hamilton. Toto Wolff, o patrão da escuderia, diz que vai começar a caça ao substituto a partir da próxima segunda-feira. Uma hipótese forte é o alemão de 22 anos Pascal Wehrlein, o piloto de reserva da Mercedes, que, em 2016, competiu pela Manor Racing – fez 21 corridas, conquistando um ponto com o seu décimo lugar no GP da Áustria.

Não será, no entanto, fácil para a Mercedes encontrar um piloto com nome feito na actual grelha da Fórmula 1. Os antigos campeões do mundo Sebastien Vettel, Kimi Raikkonen e Fernando Alonso estão seguros por contrato nas respectivas equipas, com a Mercedes a apresentar argumentos financeiros para pagar as indemnizações. Os dois da Red Bull, Daniel Ricciardo e Max Verstappen, também estão sob contrato para a próxima época.

Outra hipótese mais remota mas que não deixa de ser possível é Jenson Button. O britânico, campeão em 2009, anunciou em Setembro passado que vai cumprir um período sabático, mas poderá ser convencido a manter-se no “grande circo”. Se tal vier a acontecer, voltará a fazer dupla com Lewis Hamilton, depois de ambos terem coincidido na McLaren entre 2010 e 2012.