Os dois candidatos à presidência da FIFA fizeram os seus discursos finais, com apelos diferentes. Joseph Blatter, que procura ser reconduzido, garantiu poder operar as mudanças necessárias no futebol mundial. O jordano Ali bin Al-Hussein promete “reverter a pirâmide” do organismo.

O primeiro a tomar a dirigir-se ao congresso foi o príncipe Ali, que procura colocar um ponto final ao reinado de 17 anos de Blatter, e quis marcar bem as diferenças entre aquilo que pode ser a sua presidência e aquilo que foi a do suíço. “Sei que a FIFA não é apenas um homem e não irei dirigi-la unilateralmente.”

O escândalo de corrupção que tomou de assalto a cúpula da FIFA nos últimos dias deu uma nova vida a uma eleição que, noutras circunstâncias seria uma mera confirmação da continuidade de Blatter. Al-Hussein não deixou de se referir ao momento actual. “Será necessário um líder empenhado para tratar da confusão em que nos encontramos. Eu não irei esconder-me entre as vossas fileiras quando as coisas estiverem mal”, afirmou o candidato que também é vice-presidente da FIFA.

“Apenas vos peço que ouçam a vossa consciência e os vossos corações”, terminou dizendo o jordano.

Seguiu-se Blatter que não escondeu a “grande emoção” por se dirigir a um congresso envolto numa “tempestade”. A aposta na estabilidade e na experiência de quase duas décadas na liderança da FIFA são os cartões-de-visita do actual presidente. “Não precisamos de revoluções, mas precisamos sempre de evolução”, começou por dizer.

“Estou a ser responsabilizado pelo actual estado das coisas. Ok, eu irei suportá-lo, aceito esta responsabilidade de consertar a FIFA, em conjunto convosco.”

Uma das críticas mais comuns que é imputada a Blatter é a duração da sua liderança, à qual o presidente respondeu de forma curiosa: “Há quem diga que estou há demasiado tempo. Qual é a noção de tempo? O tempo é infinito à medida que o vamos separando. Acho que o tempo que passei na FIFA foi curto.”

A votação teve início de seguida. Um a um, os responsáveis pelas 209 federações que compõem a FIFA dirigem-se aos locais de voto. Uma maioria de dois terços – 139 votos – permite apurar um vencedor logo à primeira volta, caso contrário, irá proceder-se a uma segunda votação, na qual será eleito quem alcançar uma maioria simples.