Blatter: "A culpa é de algumas pessoas, não de toda a organização"

O líder da FIFA, que tenta a reeleição para a presidência do organismo, apelou à unidade para enfrentar a "tempestade".

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Blatter durante a sua intervenção no Congresso da FIFA FABRICE COFFRINI/AFP

O presidente da FIFA, Joseph Blatter, declarou nesta sexta-feira que podem haver culpados no caso de alegada corrupção no organismo e que levou à detenção de alguns dos seus dirigentes, mas que são situações pontuais.

“A culpa, se forem condenados, é de algumas pessoas, não de toda a organização”, disse Blatter, que poderá, nesta sexta-feira, ser eleito para um quinto mandato à frente da FIFA.

A detenção de vários dirigentes e ex-dirigentes daquele organismo, após uma investigação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, é, para Blatter, “uma mancha” que tem apenas que ser apagada: “Vamos limpar essa mancha, não podemos deixar que a reputação da FIFA seja atirada para a lama”, referiu, acrescentando: “Vamos reparar o dano, mas temos de começar a reparar o dano imediatamente”, declarou.

O líder da FIFA apelou ainda à união. “Hoje, apelo ao espírito de equipa, à unidade, para podermos avançar juntos. Pode não ser fácil, mas é por isso que estamos aqui hoje”, disse o suíço, durante o Congresso da FIFA, que está a decorrer em Zurique, na Suíça, admitindo que os trabalhos decorrem num ambiente particular. "Os acontecimentos de quarta-feira desencadearam uma verdadeira tempestade. Temos de mostrar ao mundo que somos capazes de gerir a FIFA”, afirmou Blatter, que concorre a um quinto mandato à frente do organismo, frente ao jordano Ali bin al Hussein.

Na quarta-feira, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos indiciou nove dirigentes ou ex-dirigentes e cinco parceiros da FIFA, acusando-os de associação criminosa e corrupção nos últimos 24 anos, num caso em que estarão em causa subornos no valor de 151 milhões de dólares (quase 140 milhões de euros).

Entre os acusados estão dois vice-presidentes da FIFA, o uruguaio Eugenio Figueredo e Jeffrey Webb, das Ilhas Caimão e que é também presidente da CONCACAF (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas), assim como o paraguaio Nicolás Leoz, ex-presidente da Confederação da América do Sul (Conmebol).

Dos restantes dirigentes indiciados fazem parte o brasileiro José María Marín, membro do comité da FIFA para os Jogos Olímpicos Rio 2016, o costarriquenho Eduardo Li, Jack Warner, de Trindade e Tobago, o nicaraguense Júlio Rocha, o venezuelano Rafael Esquivel e Costas Takkas, das Ilhas Caimão.

A FIFA suspendeu provisoriamente 12 pessoas de toda a actividade ligada ao futebol: os nove dirigentes ou ex-dirigentes indiciados e ainda Daryll Warner, filho de Jack Warner, Aaron Davidson e Chuck Blazer, antigo homem forte do futebol dos Estados Unidos, ex-membro do Comité Executivo da FIFA e alegado informador da procuradoria norte-americana, que já esteve suspenso por fraude.

A acusação surge depois de o Ministério da Justiça e a polícia da Suíça terem detido Webb, Li, Rocha, Takkas, Figueredo, Esquivel e Marin na quarta-feira, num hotel de Zurique, a dois dias das eleições para a presidência da FIFA, à qual concorrem o actual presidente, o suíço Joseph Blatter, e Ali bin Al-Hussein, da Jordânia.

Simultaneamente, as autoridades suíças abriram uma investigação à atribuição dos Mundiais de 2018 e 2022 à Rússia e ao Qatar.

 

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