Guerra Benfica-Sporting prossegue feroz fora das quatro linhas

"Encarnados" apresentaram participações na Liga contra quatro dirigentes adversários e "leões" respondem na mesma moeda. O derby prossegue nos órgãos desportivos.

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Luís Filipe Vieira ataca o Sporting na Liga Pedro Cunha

Não há tréguas na guerra aberta entre Benfica e Sporting que há muito extravasa o plano meramente desportivo. O último capítulo foi escrito nesta terça-feira, com o clube da Luz a apresentar participações disciplinares na Liga de futebol contra quatro responsáveis “leoninos”, presidente e treinador incluídos, por declarações e condutas públicas impróprias. A resposta foi pronta, com o clube de Alvalade a seguir idêntica via e a pedir punições também para quatro dirigentes “encarnados”, pelos mesmos motivos.

O palco da mais recente batalha será a Comissão de Instrução e Inquéritos (CII) da Liga, que irá analisar as queixas contra oito dirigentes dos dois “grandes” da capital. Bruno de Carvalho, Jorge Jesus, Jaime Marta Soares (presidente da mesa da assembleia geral “leonina”) e Octávio Machado (director-geral de futebol) são os visados do Sporting; Rui Gomes da Silva (vice-presidente), Rui Costa (administrador da SAD), João Gabriel (director de comunicação) e Pedro Guerra (director de conteúdos da Benfica TV), são os acusados das “águias”.

As queixas dos dois clubes são semelhantes, como se constata nos comunicados publicados nos respectivos sites oficiais, onde alertam o CII para “comportamentos que se enquadram na prática de ilícitos disciplinares muito graves e/ou graves, tais como, entre outros, ‘exercício e abuso de influência’, ‘coacção sobre árbitros’, ‘declarações sobre arbitragem antes dos jogos’, ‘declarações sobre a organização das competições’ e ‘lesão da honra e da reputação dos órgãos da estrutura desportiva e dos seus membros, árbitros e demais agentes’.” As aspas são válidas para os dois comunicados.

De relações institucionais cortadas desde Fevereiro deste ano, a temperatura entre Sporting e Benfica começou verdadeiramente a aquecer no Verão, após Jorge Jesus ter trocado a Luz por Alvalade. Os “encarnados” não perdoaram a desfeita e avançaram com um processo contra o técnico no Tribunal do Barreiro, exigindo 14 milhões de euros de indemnização por alegada quebra contratual.

Uma acção que foi conhecida dias depois de Bruno de Carvalho ter denunciado, em directo na TVI, supostas ofertas do clube da Luz a árbitros, exibindo um kit com uma camisola do Benfica e vouchers com jantares que seriam entregues aos juízes, delegados e observadores das partidas disputadas na casa “encarnada”. Na ocasião, o presidente “leonino” quantificou estas “prendas” em cerca de 250 mil euros por temporada e a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) acabou por enviar o caso para a Procuradoria-Geral da República, tendo também sido aberta uma investigação no Conselho de Disciplina (CD) deste organismo.

As acusações de Bruno de Carvalho não ficaram sem resposta. A 16 de Outubro, o jornal A Bola noticiou que o Benfica iria apresentar uma queixa contra o Sporting, pedindo uma indemnização de “várias dezenas de milhões de euros” por danos no bom nome e reputação do clube da Luz.

Já após o último derby entre os dois rivais lisboetas para a Taça de Portugal, em Novembro, que terminou com a eliminação do Benfica, os “encarnados” voltaram à carga, apresentando uma participação ao CD da FPF onde exigiam a punição do avançado dos “leões” Slimani por suposta agressão sobre o médio benfiquista Samaris. Tal como ontem, o Sporting reagiu no imediato, queixando-se no mesmo órgão disciplinar de várias alegadas agressões de jogadores adversários durante as partidas para o campeonato e Taça de Portugal.

Nesta guerra de parada e resposta nos órgãos da justiça desportiva e civil, o resultado parece ser um empate técnico, até ao momento, com marcações rígidas de parte a parte. Um resultado bem diferente daquele que se tem verificado dentro das quatro linhas, onde os “leões” se têm superiorizado e estão a golear.

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