Nem com “dois autocarros” o Olhanense parou o Benfica

O argentino Salvio marcou o primeiro golo do Benfica em Olhão e abriu o caminho para a vitória.

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Salvio foi o autor do primeiro golo do Benfica em Olhão Francisco Leong/AFP

O Benfica alcançou neste domingo, no Estádio José Arcanjo, o oitavo triunfo consecutivo e deu mais um importante passo para conquistar, duas épocas depois, o título nacional. Perante um Olhanense ultra-defensivo, os “encarnados” sentiram dificuldades para quebrar a barreira defensiva do adversário, mas na segunda parte construíram uma vitória tranquila, por 2-0, com golos de Salvio e Matic.

“Fruto do sucesso que a equipa vem tendo”, palavras de Jesus, o Benfica viajou para Olhão com três interrogações na comitiva: Salvio, Matic e Enzo.

O treinador tinha mesmo afirmado que era “muito difícil Salvio e Matic estarem no jogo”, mas como os “encarnados” já entram na fase de “colocar a carne toda no assador”, os dois foram titulares e acabaram por ser decisivos.

Para além de colocar os argentinos e o sérvio em campo, Jesus guardou uma surpresa para o “onze”: André Almeida jogou na esquerda, no lugar do castigado Melgarejo.

Nos algarvios, apesar das ameaças de greve, Manuel Cajuda tinha conquistado na jornada anterior uma saborosa vitória em Aveiro.

Para defrontar o Benfica, o técnico, que “se pudesse colocava dois autocarros em frente à baliza”, tinha meia dúzia de indisponíveis e o “onze” escolhido foi o esperado: nenhum jogador fixo na área benfiquista e uma equipa de tracção bem atrás.

A cinco vitórias da conquista do título, Jesus tinha uma mini-maldição para ultrapassar: desde que os algarvios regressaram à I Liga, o Benfica registou três empates para o campeonato em Olhão.

No entanto, após Hugo Miguel apitar para o pontapé de saída, rapidamente se percebeu que, com maior ou menor dificuldade, os lisboetas iam conseguir o triunfo.

Com os “dois autocarros em frente à baliza”, o Olhanense entregou o jogo ao Benfica e as oportunidades para os “encarnados” não demoraram a surgir.

Rodrigo (6’ e 14’), Salvio (7’ e 24’) e Lima (20’, 40’ e 45’) podiam ter tranquilizado os adeptos benfiquistas ainda na primeira parte, mas a inspiração de Bracali ou a falta de pontaria dos avançados manteve o resultado a zero nos primeiros 45 minutos.

Apesar de não ter feito qualquer substituição ao intervalo, Jesus colocou após o recomeço Cardozo, Ola John e Aimar a aquecer, mas o treinador não necessitou de mexer para mudar o rumo do jogo.

Aos 52’, na primeira oportunidade do Benfica na segunda parte, Salvio rematou forte, de fora da área, e inaugurou o marcador.

O “muro” dos algarvios, que remataram pela primeira vez à baliza de Artur aos 57’, ruía aí. Doze minutos depois do primeiro, a premiar uma grande exibição, Matic fez o 2-0 e acabou com as dúvidas.

Formatado para defender, o Olhanense não reagia, o Benfica já podia pensar no jogo de Newcastle e Artur fez a primeira (e única) defesa na partida aos 89’. Sintomático.     

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