Benfica dá na Madeira mais uma prova de enorme maturidade

Os “encarnados” viram-se em desvantagem logo muito cedo, mas depois da lesão de Ali Gahzal, a equipa de Jorge Jesus assumiu o controlo da partida e deu mais um passo rumo ao título, com uma vitória por 4-2.

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Garay marcou dois dos golos do Benfica GREGORIO CUNHA/AFP

No início de Outubro, após um empate frente ao Belenenses e uma clara derrota em Paris, por 0-3, frente ao PSG, quase tudo foi colocado em causa no Benfica. A cinco pontos do FC Porto na classificação e num incómodo quinto lugar no campeonato, os “encarnados” estavam à deriva e os “traumas” do final da época passada pareciam insanáveis. Cinco meses depois, não há susto que afecte a equipa de Jorge Jesus. Depois de uma exibição de luxo em Londres, o Nacional ganhou vantagem nos minutos iniciais, mas o Benfica deu a volta ao resultado ainda na primeira parte, venceu por 4-2 e deu mais um passo rumo ao título.

Com o dossier Tottenham a caminho de ficar resolvido, Jorge Jesus não reservou qualquer surpresa para a Madeira. O campeonato está há muito definido como a “prioridade” para os benfiquistas e, por isso, Enzo Pérez, Nico Gaitán e Lima voltaram às opções iniciais, juntaram-se a Markovic e Rodrigo e este quinteto, como vem sendo hábito, fez a diferença.

Apesar de ter pela frente uma equipa benfiquista que somava 22 vitórias e dois empates nos últimos 24 jogos, Manuel Machado não mostrou medo. O treinador do Nacional não abdicou do 4x3x3, lançou no ataque Candeias, Rondon e Djaniny e, com o meio-campo madeirense a pressionar bem à frente, o Benfica viu-se preso num colete-de-forças e rapidamente em desvantagem no marcador: aos 7’, após um cruzamento de Candeias, a bola ressalta da coxa para o braço de Luisão e o árbitro Manuel Mota assinalou grande penalidade. Na conversão, Candeias não falhou.

A jogar a favor do forte vento que se fazia sentir na Choupana, o Benfica não conseguia avançar, mas a (boa) estratégia montada por Machado ruiu aos 14’, com a lesão de Ali Ghazal.

Sem o influente médio egípcio, que estava a ser preponderante na batalha do meio-campo, a balança passou a pender para o lado do Benfica. Aos 23’, Rodrigo fez o primeiro remate perigoso dos “encarnados” na partida e, um minuto depois, chegou o empate: Markovic desequilibrou na direita, Rodrigo assistiu com classe Lima e o “11” benfiquista fez o 1-1.

Com o golo, o Benfica libertou-se, o Nacional pareceu perdido sem Ghazal e, ao ritmo de um golo a cada 10 minutos, as “águias” agarraram os três pontos. Primeiro por Rodrigo, com um grande golo de pé esquerdo, depois por Garay, de cabeça após um canto de Enzo.

Os dois golos de vantagem ao intervalo davam a tranquilidade que Jorge Jesus necessitava para gerir o encontro e foi isso que aconteceu nos últimos 45 minutos.

Em mais uma prova de maturidade, o Benfica colocou de lado a “nota artística”, começou a jogar com o relógio, a qualidade do jogo caiu a pique e o Nacional não mostrava argumentos para colocar a décima vitória benfiquista consecutiva em risco. Mas, aos 80’, Candeias cruzou, a defesa “encarnada” hesitou e Djaniny fez o 2-3.

A partida voltou a ganhar emoção e o Benfica, que já estava com a cabeça novamente no Tottenham, teve que regressar à Madeira. E se, em Londres, o goleador tinha sido Luisão, agora foi o outro central a bisar: Garay, aos 89’, fez o 2-4 e garantiu que, a sete jornadas do final, o Benfica mantém sete pontos de vantagem sobre o Sporting.

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