Lima e Rodrigo iluminaram o caminho até ao topo da Liga

Dupla de avançados fez a cabeça em água a um Rio Ave que mostrou muito pouca vontade de discutir o jogo. Benfica aproveitou a derrota do campeão nacional para trepar na classificação.

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Os jogadores do Benfica festejam um dos golos apontados em Vila do Conde Miguel Riopa/AFP

Os muitos adeptos do Benfica que se deslocaram a Vila do Conde não tiveram neste domingo motivos para entoar o nome de Óscar Cardozo. A sociedade Lima-Rodrigo aproveitou a lesão do paraguaio para mostrar serviço e para garantir aos “encarnados” a melhor série de vitórias da época (quatro) e o quinto jogo seguido a ganhar na Liga. À custa de um Rio Ave demasiado tímido (1-3), as “águias” aproveitaram a escorregadela do FC Porto para chegarem, pela primeira vez esta temporada, ao topo da classificação.

Para a equipa da casa, o adversário não seria o mais conveniente para interromper um ciclo de quatro partidas sem vencer no seu terreno. E cedo se percebeu que o risco que os vila-condenses estavam dispostos a correr era muito baixo.

Sempre na expectativa, o Rio Ave viu-se rapidamente amarrado num meio-campo que o Benfica controlou sem grande esforço, à custa da habitual pressão alta e de uma defesa muito subida.

Era, porém, um domínio estéril, só a espaços quebrado pelas iniciativas individuais de Matic, que morriam à entrada da grande área. O primeiro remate do encontro surgiu aos 19’, numa espécie de solução de recurso de Enzo Pérez. O segundo resultou no 1-0: jogada de insistência de Gaitán, Lima foi à linha cruzar, Ederson tocou com a ponta da luva e a bola sobrou para Rodrigo encostar.

O hispano-brasileiro estreava-se a marcar ao Rio Ave para o campeonato e o Benfica marcava pela terceira vez consecutiva em Vila do Conde nos últimos minutos da primeira parte.

Confirmava-se a versão mais cínica dos “encarnados”, pela quinta vez orientados por Raul José (Jorge Jesus continua a cumprir castigo depois dos incidentes de Guimarães) desde que chegou à Luz para ocupar o lugar de adjunto. Muita bola, muita circulação e muita segurança na altura de atacar a baliza contrária, o que significa menos oportunidades e um futebol muito distante da filosofia de ataque vertiginosa dos últimos anos.

Na frente do marcador, o Benfica regressou para o segundo tempo à procura de explorar o espaço que o Rio Ave, forçado a estender-se no relvado, deixaria nas costas da defesa. Mas os vila-condenses continuavam pouco afoitos e só encontraram a baliza por acaso. Cruzamento longo da esquerda, os centrais “encarnados” não conseguiram afastar a bola, que ressaltou para Ukra, na cara de Artur, fazer o empate. Foi o primeiro remate do Rio Ave.

E ainda os vila-condenses procuravam saber se queriam ir à procura da vitória ou defender o empate, já Lima voltava a desequilibrar. Livre directo à entrada da área (63’), por falta sobre Matic que motivou protestos de Tarantini e companhia, e a bola direitinha ao ângulo superior. Lima marcava em Vila do Conde pela segunda época consecutiva.

Se o jogo não tinha ficado decidido nesse lance, terminaria aos 69’, quando o batalhador Wakaso foi expulso por duplo amarelo. O Rio Ave, sem o ganês para povoar a frente da defesa, desmoronou-se. E Rodrigo aproveitou para fugir pela esquerda e servir Lima para o 3-1 final, aos 78’, num remate de primeira que Ederson só viu passar. Estava confirmado: à 11.ª jornada, o Benfica trepava até ao topo da classificação.


 

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