Benfica inicia época com novo treinador mas sem nenhuma revolução

Estiveram 23 jogadores no Seixal para o primeiro dia de trabalho de Rui Vitória, incluindo já alguns dos reforços contratados. Não se perspectivam mudanças drásticas no plantel que vai atacar o tricampeonato

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A temporada 2015-16 do Benfica começou com várias caras novas e muitas outras já conhecidas, mas sem aquele que há seis anos era o principal rosto do futebol “encarnado” – Jorge Jesus tinha sido apresentado na véspera pelo Sporting, em apoteose, perante milhares de adeptos. Porém, mesmo ausente, o técnico que levou o Benfica ao bicampeonato, 31 anos depois, será um espectro constante na época que agora se inicia, nem que seja pela comparação a que o seu sucessor, Rui Vitória, estará permanentemente sujeito. E, num ano em que o emblema da Luz até partiria teoricamente menos pressionado, porque tem coleccionado troféus e os rivais estão a apostar forte para regressar aos títulos, o objectivo para 2015-16 foi claramente traçado por Luís Filipe Vieira: conquistar o terceiro campeonato consecutivo. “Vais poder contar com uma equipa competitiva capaz de dar corpo às tuas e às nossas expectativas. Queremos mais, queremos o ‘tri’”, pediu o presidente, na cerimónia de apresentação do novo treinador.

Rui Vitória foi o escolhido para preencher o lugar deixado vago por Jorge Jesus, após quatro anos positivos ao leme do Vitória de Guimarães, onde por força dos constrangimentos orçamentais valorizou vários jovens futebolistas. Aos 45 anos, o treinador chega a um dos ditos “grandes” do futebol português (por onde já tinha passado entre 2004 e 2006, quando orientou a equipa de juniores) e terá de adaptar-se a uma realidade e exigência diferentes. A estreia oficial acontecerá daqui a pouco mais de um mês, no dia 9 de Agosto para a Supertaça – frente ao Sporting de Jorge Jesus. Até lá, terá um período para implementar os seus métodos. A estrutura “encarnada” foi renovada e este novo começo implicará algumas alterações, ainda que Vitória já tenha descartado mudanças drásticas: “Tenho consciência do que foi feito e há muita coisa boa, não tenho de ser fundamentalista e mudar por mudar.”

A constituição do plantel para 2015-16 tem, tanto quanto possível, obedecido a esse princípio. Ao contrário do que sucedeu na temporada passada, em que o mercado levou vários titulares da equipa de Jorge Jesus (saíram no Verão Oblak, Garay, Siqueira, Markovic, André Gomes e Rodrigo no Verão, e em Janeiro Enzo Pérez), não se perspectivam mexidas tão significativas. Luís Filipe Vieira admitiu que o clube está obrigado a vender, e Gaitán é o principal candidato a fazer as malas. O outro titular que não deve continuar na Luz é Maxi Pereira, cujo contrato chegou ao fim. O processo de renovação estagnou e o uruguaio tem sido apontado a outros clubes, incluindo o FC Porto.

Mesmo não contando com o lateral direito, Rui Vitória irá observar mais de quatro dezenas de jogadores neste arranque da pré-temporada 2015-16. Segundo as informações do Benfica, 23 futebolistas (entre os quais os reforços Ederson Moraes, Marçal, Taarabt e Carcela-González) estiveram ontem no centro de treinos do Seixal para cumprir os exames médicos. Gaitán não compareceu, mas a ausência deveu-se a problemas no voo e hoje o argentino já deverá começar a trabalhar com a equipa. Há um grupo de 13 jogadores autorizados a apresentarem-se mais tarde, enquanto vários outros permanecem uma incógnita, como são os casos dos reforços confirmados Diego Lopes, Dálcio, Pelé, Bilal Ould-Chikh e Francisco Vera.

Nos próximos dias o Benfica trabalhará no Seixal, rumando depois ao continente americano para uma digressão de pré-temporada que inclui partidas frente ao Paris Saint-Germain, Fiorentina, New York Red Bulls e Club América. No dia 2 de Agosto, no México, os “encarnados” disputam com o Monterrey a Eusébio Cup.

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