Pesadelo durou 22 minutos e deitou a noite a perder

Benfica estreou-se na fase de grupos da Liga dos Campeões 2014-15 com uma derrota frente ao Zenit. “Encarnados” viram chegar ao fim uma série de 51 partidas sem perder na Luz

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Patrícia de Melo Moreira/AFP
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Um começo de jogo dantesco, em que quase tudo correu mal ao Benfica, deitou a noite a perder para a equipa de Jorge Jesus. Os “encarnados” entraram na fase de grupos da Liga dos Campeões com uma derrota frente ao Zenit (0-2), a primeira sofrida em casa em praticamente dois anos: tinham passado 51 encontros, em todas as competições, desde a última ocasião em que o Estádio da Luz tinha visto o Benfica perder.

Os “encarnados” jogaram desde os 18’ em inferioridade numérica, mas, apesar disso, na segunda parte, até conseguiram limpar um pouco a imagem deixada no primeiro tempo. Só que o mal já tinha sido feito.

Em noite de reencontros na Luz, o Zenit deixou à vista algumas das fragilidades da equipa de Jorge Jesus. Jardel foi invisível toda a noite, como se tivesse sido apagado pelo regresso de Garay, de quem era suplente na temporada passada. Eliseu não chegou a ser um obstáculo para Hulk e Smolnikov, que na primeira parte fizeram o que quiseram no lado direito do ataque russo. E a expulsão de Artur deixa a passadeira estendida para Júlio César tomar conta da baliza do Benfica. Quatro dias depois da goleada ao Vitória de Setúbal (5-0), o Benfica voltou a assentar os pés na terra. E aquilo que viu não foi bom.

Claro que há aspectos positivos a retirar da partida. Maxi Pereira continua a ser incansável, Salvio é o homem mais talentoso dos “encarnados” e Lima batalhou até à exaustão, apesar de ter ficado completamente isolado no ataque com a saída de Talisca (o sacrificado para a entrada de Paulo Lopes). Só que isso, como se viu, não é suficiente quando se tem pela frente um adversário com bolsos fundos mas também muito futebol.

Jorge Jesus repetiu o “onze” que goleou em Setúbal: Talisca, autor de um hat-trick no Bonfim, estreou-se na Liga dos Campeões e ainda antes dos 30 segundos ensaiou um remate de longe, mas que saiu fraco e ao lado da baliza de Lodygin. Não chegou para assustar o Zenit, que entrou com o pé no acelerador, apesar de André Villas-Boas ter admitido na véspera que o empate podia ser um bom resultado. Hulk ofereceu o golo a Rondón, que não conseguiu desviar para a baliza (2’). Mas na jogada seguinte o Zenit ficou em vantagem. Shatov interceptou um passe de Jardel para Luisão, acelerou e ofereceu o golo a Hulk.

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Se as coisas estavam complicadas, ainda iam ficar pior. Artur travou com dificuldade uma “bomba” de Hulk, mas na recarga Garay não conseguiu marcar. O Benfica não conseguia lidar com a velocidade do ataque do Zenit: Danny surgiu isolado perante Artur, tendo sido derrubado pelo guarda-redes brasileiro. A expulsão obrigou Jorge Jesus a abdicar do estreante Talisca, para proporcionar a estreia absoluta em competições da UEFA, aos 36 anos, a Paulo Lopes. Mas não foi uma noite para recordar para o guardião, que dois minutos depois sofria o 0-2. Na sequência de um canto de Danny, Witsel cabeceou e Paulo Lopes tirou a bola já depois de esta ter ultrapassado a linha de golo.

O Benfica estava no tapete e demorou a encontrar forças para reagir às adversidades. Mas o intervalo foi bom conselheiro e a imagem dos “encarnados” melhorou muito no segundo tempo. E até podem queixar-se de uma grande penalidade que ficou por assinalar aos 52’, quando Criscito derrubou Salvio.

Confortável a gerir a vantagem, o Zenit pode agradecer a Lodygin ter travado as melhores oportunidades do Benfica: Luisão (59’), Lima (66’) e Gaitán (72’). Mas a equipa de Villas-Boas esteve sempre à espreita das oportunidades e ainda acertou nos ferros da baliza de Paulo Lopes, num remate de Hulk ao qual Rondón não chegou para fazer a recarga (61’).

O Zenit chegou, viu e venceu. E deixou a zeros o registo de invencibilidade do Benfica: 51 partidas sem derrotas em casa, que durava desde que tinha perdido com o Barcelona, na fase de grupos da Liga dos Campeões, a 2 de Outubro de 2012.

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