Benfica gastou mais de cinco milhões em três reforços que chegaram a “custo zero”

Taarabt, Jonas e Júlio César estavam livres quando chegaram à Luz, mas implicaram investimento superior a cinco milhões.

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Jonas festeja o primeiro golo no Estádio da Luz PATRICIA MELO MOREIRA/AFP

Não há almoços grátis, e também não há futebolistas grátis. Três jogadores contratados pelo Benfica supostamente a “custo zero” custaram, na verdade, mais de cinco milhões de euros. Júlio César e Jonas, que chegaram na temporada passada, e Adel Taarabt, contratado para a época 2015-16, implicaram um investimento que ascendeu a quase 5,3 milhões de euros.

Apesar de estarem livres de compromissos, os três futebolistas obrigaram os “encarnados” a suportar encargos relacionados com as transferências. No caso de Taarabt, a aquisição dos direitos de inscrição desportiva e económicos custou 2,9 milhões de euros. Um valor explicado pelo Benfica com “encargos com serviços de intermediação e o efeito da actualização financeira tendo em consideração os planos de pagamento estipulados”, pode ler-se no relatório e contas 2014-15 da SAD “encarnada”, enviado no sábado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Jonas, cujo contrato com o Valência tinha expirado, implicou o pagamento de 1,3 milhões em “serviços de intermediação”, enquanto Júlio César levou ao pagamento de um milhão em intermediação e prémio de assinatura.

“No início da época 2015/2016 foi realizado um investimento de 14,4 milhões de euros na contratação de atletas, do qual se destacam as aquisições dos direitos de inscrição desportiva e de 50% dos direitos económicos do atleta Raúl Jiménez ao Atlético de Madrid e dos direitos de inscrição desportiva e de 90% dos direitos económicos do atleta Franco Cervi ao Rosario Central, sendo que este último não integrou de imediato o plantel do Benfica”, pode ler-se no documento. Cervi assinou pelo Benfica em Setembro, mas continuará a representar os argentinos do Rosario Central, pelo menos até Dezembro.

O documento onde constam os dados financeiros da SAD do Benfica para o período entre 1 de Julho de 2014 e 30 de Junho de 2015 também inclui alguns recados de Luís Filipe Vieira. “Nunca foi fácil mudar mentalidades, mas a verdade é que o tempo é sempre o nosso melhor aliado e o juiz das nossas opções. Nélson Semedo e Gonçalo Guedes são apenas os primeiros jovens a mostrar que a nossa aposta tinha razão de ser, que o talento existe nas nossas camadas de formação, mas que é necessário dar-lhes oportunidades e mostrar-lhes que as portas da equipa principal também estão abertas para eles. Mostrar-lhes que a juventude e a ‘marca Seixal’ não devem ser, nem nunca deviam ter sido, obstáculos na sua progressão”, pode ler-se na mensagem do presidente.

O Benfica já tinha em Setembro adiantado alguns dados deste relatório e contas num comunicado enviado à CMVM, no qual se destacava a redução do passivo em 19,4 milhões de euros (para 429,6 milhões de euros).

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