Saldo pobre para o Benfica na visita à terra do luxo

“Encarnados” somaram primeiro ponto na fase de grupos da Liga dos Campeões e continuam no último lugar da classificação. Subasic travou as melhores oportunidades da equipa de Jorge Jesus

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O jogo entre o Mónaco e o Benfica não teve golos Eric Gaillard/Reuters

Na terra do luxo e da opulência, dos príncipes e dos carros topo de gama, Benfica e Mónaco protagonizaram um encontro de baixa qualidade, que terminou tal como começou: 0-0, um resultado que deixa a equipa de Jorge Jesus com vida complicada no Grupo C da Liga dos Campeões. Os “encarnados” somaram o primeiro ponto, escasso para as ambições que alimentam nas provas europeias. Estão obrigados a fazer contas para chegarem ao terceiro lugar da classificação, que dá acesso à Liga Europa, já para não falar que as hipóteses de superarem com vida a fase de grupos da Champions ficaram bem mais estreitas.

O Benfica começou por ser dominado, mas conseguiu libertar-se e chegou a protagonizar bons momentos na partida. Após um primeiro tempo mal jogado pelas duas equipas, a segunda parte trouxe melhorias. Os “encarnados” chegaram a pôr o guarda-redes Subasic à prova num par de ocasiões, mas as pretensões da equipa de Jorge Jesus ficaram comprometidas a um quarto de hora do final, com a expulsão do defesa central Lisandro López. Desorientado, o Benfica cerrou fileiras e concentrou-se em evitar males maiores no jogo mais equilibrado que teve até ao momento na Liga dos Campeões.

Jorge Jesus, que apostou na equipa mais próxima da habitualmente titular – com a excepção da entrada de André Almeida para o lugar que tem sido de Samaris – pode retirar um magro consolo do jogo no Mónaco: continua sem perder contra Leonardo Jardim, a quem já defrontou oito vezes. O ataque monegasco ficou em branco, o que aconteceu apenas pela segunda vez nos últimos 20 jogos em casa: só o PSV Eindhoven tinha saído do Estádio Louis II sem sofrer golos, em Março de 2005.

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Ainda a recuperar de uma atribulada viagem à Covilhã, onde jogou para a terceira eliminatória da Taça de Portugal (e esteve a perder, antes de dar a volta com um hat-trick de Jonas), o Benfica entrou mal no jogo e viu-se rapidamente submetido ao domínio do Mónaco. A equipa francesa, que atravessa um processo de construção após um traumático mercado de transferências – saíram Radamel Falcao e James Rodríguez – quase aproveitou uma falha da defesa “encarnada” logo aos cinco minutos: a bola chegou a Berbatov, que assistiu Ocampos, só que o argentino falhou o remate e, com Artur fora do lance, atirou por cima da baliza.

O emblema da Luz também não viveu um Verão descansado, com a saída de vários titulares – mas, em contraste com o Mónaco, os “encarnados” lideram o campeonato e estão a dar-se mal nas provas europeias, enquanto com a equipa de Jardim passa-se o contrário.

Foi só aos 20 minutos que o Benfica conseguiu libertar-se e ensaiar um remate à baliza monegasca, mas Salvio falhou a direcção (20’). Já mais perto do intervalo, e depois de Leonardo Jardim ter sido obrigado a abdicar de Berbatov, por lesão, surgiu a melhor jogada dos “encarnados”: Talisca assistiu Lima, que rematou para excelente defesa de Subasic.

Com mais garra e dinamismo, o Benfica regressou melhor após o intervalo e o guarda-redes croata do Mónaco ganhou protagonismo. Eliseu aproveitou um erro de Dirar, entregou a bola a Gaitán e o argentino, após passar por um adversário, disparou: Subasic estava lá (59’). E voltou a estar lá para travar o remate de Salvio, após passe de Talisca, e a recarga de André Almeida (67’).

Era o melhor Benfica que se via na partida e o resultado ainda podia pender para qualquer lado. Só que, quando faltava um quarto de hora para o final do encontro, as pretensões “encarnadas” no Mónaco ficaram comprometidas. Lisandro López teve uma entrada dura e imprudente sobre João Moutinho e viu o cartão vermelho directo. Em inferioridade numérica, a equipa de Jesus concentrou-se em limitar os estragos e esperar que os minutos se esgotassem.

Já no tempo de compensação, após um canto, Artur não se fez ao lance e Raggi cabeceou a bola centímetros ao lado do poste. Um último calafrio naquele que foi o único jogo sem golos na terceira jornada da Champions – e que deixou a vida do Benfica mais complicada.

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