Cumprindo com o favoritismo anunciado, o Benfica, no sector masculino, e o Sporting, no lado feminino, conquistaram neste domingo, mais uma vez, os títulos nacionais de clubes no atletismo, num certame concluído em Fátima.

Após um primeiro dia em que o Benfica se superiorizou ao seu rival directo em todas as provas, os "encarnados" tiveram neste domingo uma jornada quase de passeio, concluindo a competição com 164 pontos - o Sporting somou 134, seguindo-se na classificação Juventude Vidigalense (96), CA Seia (79) e Gira Sol (79). Já no lado feminino, o Sporting totalizou 161 pontos, mais 25 que o Benfica, acabando a seguir de novo o Juventude Vidigalense (102), o JO Monte Abraão (87) e a ACR Srª Desterrro (89).

O certame proporcionou a obtenção de marcas interessantes, apesar de o vento preponderante na pista do Municipal de Fátima ter dificultado ter impedido a homologação de alguns resultados.

Talvez o atleta mais em destaque no fim-de-semana tenha sido Diogo Ferreira, no salto com vara. Após ter ganho, já há uma semana, a sua prova na Taça dos Campeões do Algarve, o atleta do Benfica proporcionou uma agradável surpresa para no sábado, ao vencer o sportinguista Edi Maia, recordista nacional da disciplina. Ambos passaram 5,52m, mas Diogo fê-lo ao primeiro ensaio e Maia só ao terceiro, e esse foi o factor de desempate.

Para o vencedor ficou ainda algo de mais saboroso pela marca alcançada, pois para além de significar um máximo pessoal pela gorda margem de oito centímetros, esta marca é exactamente o mínimo principal para os Europeus de Zurique, em Agosto, e assim Diogo deverá acompanhar Edi Maia até à Suíça.

A jornada de domingo ficou também marcada pelo bom regresso de Nelson Évora à competição. O antigo campeão mundial e olímpico dominou a prova do triplo salto sem dificuldades, com os quatro ensaios disponíveis, todos com vento além do limite, compreendidos entre 16,19m e 16,55m, a marca vencedora. Foi um regresso encorajador para um atleta muito marcado pela infelicidade nos últimos anos.

No triplo feminino, esteve em grande a também recordista nacional Patrícia Mamona. Chegou a 14,43m, resultado que seria o segundo melhor da sua carreira (tem como máximo 14,52m) se o vento não estivesse além do limite, distanciando-se claramente da segunda melhor portuguesa de sempre, a agora benfiquista Susana Costa, que saltou 14,00m, também com vento favorável. Em condições regulares, Patrícia registou 13,39m.

Outra atleta recém-regressada, após um ano de 2013 marcado pelas lesões, foi Vera Barbosa, nos 400m barreiras. Tal como Diogo Ferreira, já havia ganho há uma semana a Taça dos Campeões, e neste domingo esteve de novo segura, marcando 56,75s, resultado que reconfirma o mínimo principal para os Europeus.

E como não há duas sem três, houve ainda outro bom regresso após um ano afastado das pistas. O recordista nacional dos 110m barreiras, João Almeida (Sporting), venceu a sua disciplina, com o resultado positivo de 14,04s, ajudado pelo vento no limite legal a 2 m/segundo, adiante do benfiquista André Costa, o qual voltou a baixar substancialmente o seu melhor, para 14,13s.

Dois velocistas residentes no estrangeiro proporcionaram uma boa luta nos 200m, com o sportinguista David Lima a prevalecer face ao benfiquista Vítor Santos, com 21,00s contra 21,03s e vento favorável a ajudar.

Outra atleta que confimou excelente forma foi a sportiguista Irina Rodrigues. No sábado, voltou a pasar 60m no disco, com 60,20m, neste domingo ganhou no peso, com 15 metros exactos.