Magia de Gaitán e prova de vida de Cardozo

Benfica goleou o Rio Ave e segue na rota do título. Argentino descomplicou o encontro com uma assistência e um golo na primeira parte. Paraguaio voltou a marcar cinco meses depois.

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Rodrigo marcou o primeiro golo Reuters
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Luisão e Ederson PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP
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Os adeptos preparam a festa PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP
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Cardozo voltou aos golos PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP
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O Benfica de Jesus cada vez mais perto de voltar a ser campeão Rafael marchante/Reuters

O Benfica superou mais uma etapa do campeonato (4-0 na recepção ao Rio Ave) e ficou a duas vitórias de celebrar o título – caso o Sporting não escorregue, porque sete pontos separam os dois rivais no topo da classificação e restam 12 em disputa. A equipa de Jorge Jesus não sentiu dificuldades para desmontar a tímida oposição oferecida pelos vila-condenses e, muito graças a um descomplicador chamado Gaitán, deixou a partida praticamente sentenciada ainda no primeiro tempo. O argentino esteve em destaque, com o passe para Rodrigo no primeiro golo e ao marcar ele próprio o segundo. No segundo tempo, foi altura de Cardozo fazer prova de vida – o paraguaio regressou aos golos e bisou de penálti.

Perante um adversário que conquistou mais de dois terços dos pontos no campeonato a jogar fora de casa – o Rio Ave é a quarta equipa com mais vitórias enquanto visitante, apenas atrás de Benfica, Sporting e Estoril – os “encarnados” alcançaram o nono triunfo seguido na I Liga.

Jorge Jesus fez regressar a equipa mais forte (houve seis mudanças relativamente ao jogo no terreno do AZ Alkmaar, com as entradas de Oblak, Sílvio, André Almeida, Enzo Pérez, Markovic e Lima) e o que se viu foi uma exibição autoritária. Foram raras as vezes em que o guarda-redes do Benfica tocou na bola, enquanto na frente Gaitán exibiu todo o seu repertório.

Com uma pressão por vezes asfixiante, o Benfica não deixava o Rio Ave pensar e a equipa de Nuno Espírito Santo sentia dificuldades para manter a posse de bola, para não falar em sair do respectivo meio-campo. A jogar num ritmo acelerado, os “encarnados” já tinham uma vantagem de dois golos aos 29’.

Rodrigo inaugurou o marcador na conclusão de uma boa jogada do Benfica, com Sílvio a combinar com Gaitán, que descobriu o internacional espanhol – este disparou sem hipóteses para Ederson.

Depois, numa demonstração de sentido de oportunidade, Gaitán fez o 2-0: o primeiro remate de Markovic foi interceptado, mas a bola sobrou para o argentino, que de pé esquerdo surpreendeu o guarda-redes do Rio Ave.

Os visitantes não fizeram qualquer ameaça à baliza do Benfica. O melhor que se viu foi um par de remates de longe de Ukra e um cabeceamento de Tarantini, muito por cima. Muito pouco, tendo em conta o discurso ambicioso de Nuno Espírito Santo antes da partida.

No início da segunda parte viu-se um esboço de reacção do Rio Ave. Mas que não passou disso. Pelo contrário, Gaitán continuou a espalhar magia sobre o relvado.

Mas os maiores aplausos foram para Cardozo. O paraguaio regressou aos golos e logo a dobrar: um penálti aos 77’ e outro já no tempo de compensação, deixando bem vincada no marcador a diferença entre as duas equipas e quebrando assim uma seca que durava desde Novembro.

O Rio Ave perdeu pela sexta vez consecutiva na Luz (onde nunca ganhou – esta foi a 16.ª derrota em 20 visitas) e acumula 20 golos sofridos nas últimas quatro deslocações ao terreno dos “encarnados”. Para o Benfica o resultado foi uma injecção de confiança quando está no horizonte a segunda mão dos quartos-de-final da Liga Europa.

Mas a prioridade das prioridades da época “encarnada” é o campeonato: Jorge Jesus não se cansa de o repetir e os adeptos interiorizaram a mensagem. Resolver rapidamente a situação no campeonato está no topo das preocupações, e só depois a equipa poderá pensar nas restantes provas em que está envolvida – Liga Europa, Taça de Portugal e Taça da Liga. O Benfica ainda pode ganhar tudo, mas o dantesco final da temporada passada está demasiado fresco na memória e a cautela é justificada.

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