Benfica contra o exército imperfeito do “pequeno general” Advocaat

"Encarnados" defrontam nesta quinta-feira na Holanda o AZ Alkmaar em jogo da primeira mão dos quartos-de-final da Liga Europa.

Foto
O Benfica de Jesus tem um bom registo contra equipas holandesas OLAF KRAAK/afp

Entre os treinadores das oito equipas que estão nos quartos-de-final da Liga Europa, apenas um já conquistou uma competição europeia, precisamente aquele que vai estar no banco do AZ Alkmaar, que o Benfica defronta nesta quinta-feira na Holanda no jogo da primeira mão dos quartos-de-final da Liga Europa. Dick Advocaat, o experiente treinador holandês, já conquistou em 2008 a Taça UEFA e a Supertaça Europeia com o Zenit de São Petersburgo. Mas o “pequeno general” terá grandes dificuldades para conduzir este seu exército a bom porto nesta Liga Europa. Nem o próprio acredita muito.

“Não temos hipóteses com o Benfica. Se passarmos, será um grande feito”, admitiu Advocaat, de 66 anos, que regressou ao AZ em Outubro do ano passado para substituir Gertjan Verbeek, mas que não irá continuar no clube para lá desta época porque não terá os meios financeiros que deseja para construir uma equipa competitiva. Realisticamente, Advocaat não acredita que o seu AZ possa fazer frente ao Benfica, mas dá outra equipa holandesa como exemplo de superação. “Se o Ajax ganhou ao Barcelona [2-1 na fase de grupos da Liga dos Campeões, a 26 de Novembro], o AZ pode ganhar em casa ao Benfica”, relembra Advocaat, que ganhou a alcunha quando era adjunto do lendário Rinus Michels, conhecido como o “general”, na selecção holandesa.

Mas esqueceu-se de dizer que o Ajax, que não passou da fase de grupos da Champions, já desapareceu desta Liga Europa há quase quatro meses, eliminado pelo Red Bull Salzburgo, o que mostra bem o lugar que os clubes holandeses ocupam na hierarquia do futebol europeu. E se o Ajax, que é o líder tranquilo da Eredivisie, foi eliminado por uma equipa austríaca, que dizer das possibilidades do AZ, sétimo classificado e de uma enorme irregularidade de resultados, tendo apenas uma vitória nos últimos cinco jogos?

O AZ até mostra alguma competência ofensiva, com 49 golos marcados no campeonato, mas tem sofrido com alguma falta de pontaria nos últimos tempos do seu melhor avançado, o norte-americano de ascendência islandesa Aron Jóhannsson. Ainda assim, Jóhannsson, que deverá marcar presença na lista de Jurgen Klinsmann para o Mundial, será o maior perigo para o Benfica, que também terá de estar atento a homens como os holandeses Roy Beerens e Steven Berghuis.

O perigo holandês

A memória mais recente do Benfica em relação a viagens à Holanda não é boa. Foi a derrota em Amesterdão na final da Liga Europa da última época frente ao Chelsea, e o próprio Jorge Jesus não ganhou na Holanda das duas vezes que lá esteve como técnico dos “encarnados” (empates com Twente e PSV, ambos por 2-2), mas, em ambos os casos, o Benfica passou a eliminatória.

Jorge Jesus não se deixa impressionar com as fracas credenciais da equipa de Alkmaar. “As equipas holandesas têm muita qualidade. Têm excelentes jogadores. E nós temos dois jogadores contratados esta época na Holanda [Djuricic e Sulejmani]. O AZ não tem tanto prestígio, mas é uma das melhores equipas da Holanda e, para estar nestes quartos-de-final, tem de ter uma boa equipa”, alerta o técnico, descrevendo a formação de Dick Advocaat como “rápida na frente e com jogadores tecnicamente evoluídos”.

O técnico do Benfica, que vai voltar a mexer profundamente na equipa (não chamou Fejsa e não pode contar com Enzo, castigado), acredita num “bom resultado” frente ao seu adversário holandês para que o prestígio europeu do Benfica continue em ritmo de retoma:  “O Benfica recuperou o prestígio na Europa. É um cabeça-de-série dos sorteios e isso é bom para jogadores e treinadores, mas o mais importante é a identidade do clube. Todas as equipas valorizam o Benfica.”

 

 

 

Sugerir correcção
Comentar